quinta-feira, janeiro 06, 2005

"DOGVILLE" de Lars Von Trier

Dogville, é uma vila em que a Natureza Humana está à vista de cada um, não existem barreiras no cenário que nos impessam de olhar só para as personagens, nem existem efeitos rídiculos tão comuns no cinema de hoje. É ao mesmo tempo um filme simples e um filme complicado.
Simples a nível visual, complicado a nível intrepertativo e a nível da realização e da narração.

A nível visual só o que interessa é que está lá, um pouco parecendo um teatro, o espaço é curto e o cenário não se pode sobrepor aos actores.

A nível da realização, Lars von Trier utiliza "uma" camara vigorosa e dinamica alternando entre os planos gerais para lançar um ponto dramático e de seguida passa par um grande plano ou muito grande plano, para desenvolver o dramatísmo, chegando mesmo a esconder o cenário que já de si é quase inexistente.

Em relação à narração, será possivelmente o ponto mais forte do filme, o argumento e o papel de narrador estão sublimes, sendo quase os olhos do espectador... digo olhos porque quase tudo em "Dogville" tem de ser imaginado ou adivinhado, é uma obra quase interactiva, em que o principal objectivo será estimular o nosso cérebro em termos de criatividade para depois nos interrogarem sobre questões Humanas.

Como já disse a alguns amigos "Dogville" não é um filme para cérebros perguiçosos.

"Dogville" é uma nova abordagem do cinema, visto que o cinema é feito para "enganar" os espectadores, neste filme as tentativas de enganar são poucas... mas a maior parte dos enganos virão de nós mesmos para nós mesmos.

É um filme sobre o lado negro da existencia humana, abordando algo que a mim me irrita particularmemte que é a hipócrisia. É um filme que até ao final não deixa ninguém indiferente, tendo o seu final contornos perversos ao estilo de "Kill Bill", mas ao mesmo tempo algo de trágico proveniente da teatralidade.

A simplicidade aliada à boa escrita criaram um filme BOMBA.