"Garden State" de Zach Braff
Andrew Largeman (Zach Braff), passou os ultimos anos da sua vida como um "zombie", agarrado aos químicos, viveu no seu mundo sem nunca encontrar um sentido. A morte da sua mãe vai iniciar uma mudança extrema na sua vida. Depois de regressar à sua "hometown", Andrew, descobre Sam, uma rapariga que é tudo aquilo que ele não é. Andrew deixa a sua vida química e apartir daqui deparamos com uma história que aborda, o sentimento de culpa, o amor e uma peculiar abordagem da vida.
Aquilo que parece ser uma premissa simples e lamechas, é na verdade uma das mais originais e interessantes histórias do género.
O que mais se destaca no filme é, sem qualquer dúvida alguma, a realização de Zach Braff (29 anos e estreia na realização), é possível perceber a preocupação e o estudo da composição do plano, é perceptível que nada foi feito sem estar devidamente estruturado e repensado. Não se limita a agarrar em clichés do género, tenta variar... arriscou e não falhou.
O argumento que foi iniciado, andava ainda Zach Braff na Universidade, é arrebatador, carregado de simbolismos e de uma subjectividade enorme, que nos permite "delirar" das mais variadas formas, principalmente o "climax", se é que o filme tem um "climax", a "arca de noé",que salva a vida do abismo infinito, ou será que nos mostra o abismo infinito que é a vida.
Sendo a vida feita de coisas simples, para quê complicar, este é o verdadeiro trunfo do argumento simples e eficaz, carregado de um humor visual e não rídiculo, um humor peculiar, que de tão peculiar é incompreendido.
As interpretações, que mais há a dizer de Zach Braff, o jovem realizador, argumentista, produtor e intérprete deste "Garden State"... que posso dizer, mais que ninguém ele compreendia aquela personagem e a verdade é que a personagem é sublime, a procura do seu sentido de vida, o descubrir daquilo do qual o afastaram, transforma qualquer pessoa, e é isso que Zach Braff faz, no início um "robot" controlado pelos químicos, no final, um humano controlado pelos sentimentos.
Depois, Natalie Portman (Sam), que depois de "Closer" volta para dizer que não é aquela do "Star Wars", é algo mais, muito mais. É a inocência, a infantilidade e a sua loucura que transformam, a obra em algo muito superior.
Um filme, para ver e rever. Para quem gosta de Wes Anderson ou de "As Regras da Atracção" de Roger Avery, este é o filme.
Para ajudar a todo o esforço de Zach Braff, surge uma banda sonora excepcional. Músicas do circuito comercial, umas mais conhecidas outras totalmente desconhecidas, que inserem um toque bastante especial a este "Garden State".
Sem qualquer tipo de receio digo, que não serão muitos os filmes que vão superar "GARDEN STATE" durante este 2005.
NeTo - 10/10
Como Spielberg pode orgulhar-se de aos 29 anos ter realizado "Jaws", Zach Braff pode orgulhar-se de "Garden State".
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