"A Ilha" de Michael Bay
por: NeTo
O que faria se descobrisse que é um clone e não um humano?. Esta será a questãos mais simples que o novo filme de Michael Bay levanta, e acaba por ser a unica que realmente importa ao realizador, que nos dá a resposta com fugas e tentativas de descobrir a verdade, tudo isto a uma velocidade "incompreensível".
Na verdade "A Ilha" tem um início muito interessante, tem no seu interior um interessante e mal aproveitada, para não dizer mesmo, totalmente escondida, questão ética.
Michael Bay nunca foi e muito dificilmente será um realizador sufecientemente contido, para rejeitar todas as hormonas do seu corpo, e agarrar uma história com o simples intuito de contar uma história e marcar uma posição, sem ser na base de explodir tudo o que pode e mover o mais possível a sua câmara.
Inicialmente, "A Ilha" tenta criar um suporte firme na sua narrativa, de forma, a que logo depois da intriga ser lançada, tudo possa "explodir" e apartir daí brindar a audiência cim mais um "espectáculo" piroctecnico de Michael Bay.
Logo nos primeiros minutos somos levados a criar uma série de espectativas, que mais tarde são completamente "derrubadas".
Um grupo de pessoas vive num local onde a proximidade entre eles é proibida, onde vivem ameaçadas por um mundo exterior contaminado e que vêm na viagem à ilha o seu unico futuro. Mas marcando um certo paralelismo com o mundo actual, todo este início poderia ser uma interessante metáfora, ou talvez mais uma hipérbole, para a sociedade de hoje, uma sociedade individualista, cada vez mais de mãos dadas com a monotonia, onde os sentimentos são esquecidos e que apenas corre para a "ilha", ou seja, a morte.
Após uma interessante apresentação o filme acaba por nos levar agarrados à fuga de Lincoln Six-Echo (Ewan McGregor) e Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson), onde somos sujeitos a um já gasto exercício de exibicionismo e de exaltação própria, de Michael Bay, que na verdade cada vez mostra que a fórmula já está quase quase gasta. Preseguições a pé, em veiculos futuristas, de automóvel, e é nesta ultima que Bay apresenta a sua falta de criatividade, pois acaba por ser uma imitação clara e porque não rasca, do que já havia feito o mesmo Bay em "Bad Boys 2", já para não falar nas imensas e enormes explosões e sequências de luta corpo a corpo, filmada a uma tal velocidade e com uma câmera excessivamente nervosa, que o espectador perde mil e um detalhes de cada sequência.
Mas na verdade o mais irritante de tudo, acaba mesmo por ser a falta de sensibilidade, que leva Bay e a sua equipa, a esquecer quase por completo a questão ética, ou antes, escondê-la do publico, em pequenos fragmentos, que depois são completamente "destroçados" por enormes sequências de acção. Existe uma chamada telefónica, lá para o meio do filme, feita por Jordan Two-Delta que poderia ser o vincar dessa questão ética que a clonagem involve, mas Bay não resiste e os tiros e a velocidade voltam a marcar supremacia.
O filme não falha pelos actores, na sua grande maioria acabam por cumprir as suas funções, embora infelizmente, alguns deles notóriamente necessitavam de um pouco mais de espaço no meio de tanta confusão.
Dizer que é o "melhor filme" de Michael Bay, pode ser estranho, pelo menos no que toca na minha optica, talvez seja o menos mau, mas continuo a ter preferência pela genica e química da dupla Will Smith/Martin Lawrence no primeiro "Bad Boys", em deterimente de uma boa ideia mal aproveitada em quase todos os aspectos de "A Ilha".
Valem os cenários, o trabalho de interpretação esforçado da grande maioria dos actores, e pouco mais.
"A Ilha" e Michael Bay, vêm mostrar a saturação a que este tipo de cinema de acção chegou e possivemente acaba por mostrar uma pequena saturação no que toca aos efeitos especiais digitais.
NeTo - 4/10
15 Comments:
Eu não acho que o filme esteja assim tão mau. Como não acho que Michael Bay seja um mau realizador. Há pessoas que se dedicam e têm mais capacidades para um determinado género, Bay é a acção e apesar de haver alguns com os quais concordo que sejam maus, este não é um deles.
Acho que muitas pessoas se esquecem de um filme dele, que apesar daquele apetite para o espectacular tipico de Bay, é um dos melhores filmes de acção dos últimos tempos, "The Rock".
Acho também que quem já conhece minimamente a obra de Bay, já sabe com o que contar ainda antes de entra na sala de cinema e como tal este filme nao decepciona, mas também não é nenhuma obra prima, é um filme divertido que entretem!
E já escrevi demais. Apesar de não concordar com a tua crítica devo dizer que está bem elaborada! Continua.
Ana Marques: O brigado pelo comentário. Na verdade Michael Bay, faz filmes de acção, disso ninguém tem duvidas, agora existem muitas maneiras de filmar acção e acho que Bay já se torna excessivamente repetetivo.
Este filme até é agradável, mas o facto de tanta ideia boa ter sido rejeitada em deterimento do egocentrismo fantastico de um realizador irrita-me particularmente.
Michael Bay não consegue utilizar as suas explosões ou perseguições e os grandes efeitos especiais para contar a sua história, ele antes usa a sua história para fazer explosões e utilizar efeitos especiais. Penso que Bay neste filme foi perguiçoso, e deixou-se levar pelas suas manias.
Espero que ele tenha reparado que a sua forma de filmar acção está a ficar um pouco fora de moda.
Cumprimentos e mais uma vez obrigado. Volta sempre.
Walter : Tal como referiste são formas de ver, cinema.
Claro que quando entrei na sala sabia perfeitamente o que iria encontrar, iria ver acção non-stop, cortes rápidos e muito espectáculo.
Claro que gosto de um bom filme de acção ou de um Blockbuster, mas que se desenvolva de uma forma sustentada e que siga uma linha narrativa lógica, e não que seja um filme desiquilibrado com "A Ilha".
Lembro-me "Hulk", "Batman" de Burton, "Spider Man" e até "X-Men", são blockbusters, para além de serem adaptações de BD, mas as suas acções são coerentes, e seguem uma linha uma procupação e não como acontece em "A Ilha", no início mostra-se uma coisa e depois é outra. Penso que Bay utiliza claramente a sua história de forma a mostra o que consegue fazer, e não utiliza o que consegue fazer para contar a história.
Quando diz que o filme tem um argumento, claramente que pode dizer que sim, mas agora, é bom? ou peca por ser pouco e mal aproveitado? Será que ninguém reparou em assuntos que ficaram lá suspensos que foram completamente destruidos pelo espirito "destrutivo" de Bay, e neste caso nem a acção serve como desculpa. "Piratas das Caraibas" tem um argumento mediano, interessante, e que cumpre o que nos promete, aí se encontra a grande diferença da acção ou Blockbusters ou aventura.
Não existem outros tipos de filme de acção? Claro que existem, claro que existem muitas outras formas de filmar acção, mas Bay, só sabe a sua e que na verdade não é nada interessante.
Bay mostrei nesta primeira parte de A ILHA uma faceta ate agora desconhecida, mas não chega, falta equilíbrio e um pouco de contenção, e quem sabe se Bay, não nos prepara brevemente uma surpresa.
Cumps
acerca da minha opinião sobre o filme já a disse: http://movietvaddicted.blogspot.com/2005/08/crtica-ilha.html
Agora, duas críticas seguidas do mesmo filme no mesmo blog por duas pessoas com notas diferentes... huuuu... Polémica! Polémica!Polémica! Polémica!Polémica! Polémica!
Agora fora de gozos... eu acho que qualquer uma das opiniões que li aqui são válidas, cada uma realça um aspecto diferente, consoante o ponto de vista... agora chill out... o filme até pode ser bom, mas acreditem que dentro de uma semana já estamos a falar de outro!
Nuno : Obrigado pela visita e por dares um incentivo à polémica :D:D
Mas é como dizes por muito bom que o filme seja (eu nao o acho nada de transcendente) a verdade é que vai acabar por cair no esquecimento ;)
Cumps
Vou ver amanhã e brevemente escreverei a análise.
Cumps. cinéfilos
Concordo contigo, Bay tornou-se preguiçoso e com falta de criatividade. Todo o filme cheira a cliché típico de filme de acção (e por esperar de Bay, esperava um pouco mais de destruição :P).
waltsouza: Isso de falar d blockbuster ser só isso, tens razão, mas o que se espera de Bay é mais do que um simples filme de acção, é um entertenimento que se pode comparar aos grandes filmes como Die Hard e não a pequenos filmes que me lembravam vagamente a estrutura de cenas de acção de filmes como Velocidade Terminal (lembras-te desse?). Um argumento falsamente complexo, duas ou trÊs cenas de acção mais ou menos conseguida e finalmente a longa luta com o mau da fita no final.
A Ilha é um daqueles filmes que todos se vão esquecer daqui a uns anos...
honestamente, nao entendo este alarido todo pelo michael bay. ele nao é o maior realizador de acçao nem de perto nem de longe , é um realizador de acçao mediano a roçar o fraco. se os filmes ficam para a historia por serem grandes filmes? nao e nao me venham dizer que é por ser de acçao. que o extreminador tambem é acçao pura e olhem o culto que ele gerou. a ilha honestamente salva se do descalabro total porque tem os actores que tem porque queria ver se fosse o habitual canastrao do ben affleck a ver o que diziam.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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Filmes de acção nos ultimos anos... que tal RELATORIO MINORITÁRIO... tb tem perseguições, mas não tem BAY ;)
Cumps
que mais dizer?
creio que de certa maneira concordo com mto da tua visão...
mas a meu ver a interpretação do Ewan McGregor vale a ida ao cinema!
melhor filme de Bay? ok, vou cometer uma heresia, para mim, sem dúvida, o "Pearl Harbor"... mas isso é assunto para outra discussão...
Não acho que seja mediano a roçar o fraco, é um bom realizador, mas com um apetite pelo espectacular fora do comum e que muitas pessoas não gostam!
Em relação a Pearl Harbor, o melhor??!! Nem pensar, para mim é o pior, transformou um acontecimento histórico importante e decisivo num mero espectaculo visual, com actores mediocres e com uma história de amor ridícula!
The Rock para mim é o melhor assim como o Bad Boys!
Já vi e escrevi a análise no meu blog :).
Cumps. cinéfilos
Talvez eu seja demasiado exijente e esteja errado em esperar que a maioria dos realizadores e pessoas ligadas ao cinema o encarem como uma forma de arte e não como uma espécie de "fast-food visual", que apenas procura estimular instintos mais básicos do espectador, que assiste a isto tudo num fascinio passivo e embrutecido como um animal encadeado pelas luzes de um veiculo momentos antes de ser atropelado;
O facto é que este género de filmes(acção rebaixada ao mais básico) me aborrecem e entediam. Tenho tentado encontrar a mesma diversão que outras pessoas encontram nestes filmes diversas vezes, mas acabo invariávelmente por sair do cinema chateado e irritado com o dinheiro tempo e paciência mal gastos.
As últimas vezes que me lembro de sentir o entusiasmo e a adrenalina a percorrer-me com a visualização de filmes semelhantes foi quando tinha 10 anos.
Acho que um bom filme de acção tem de ser suportado por uma narrativa interessante(o que poderia ser o caso deste filme), bons desenpenhos e acima de tudo uma realização original e inteligente.
O argumento parecia ser bom, mas mais uma vez Bay conseguiu estragar tudo e transformar um filme promissor num inconsequente e efémero. Um bom realizador?
Nem pensar! Realizou alguns dos filmes que eu mais desgostei(para não dizer detestei) como Pearl Arbor, Armageddon e Bad Bois 2.
Não fiquem porém a pensar que eu não gosto de bons filmes de acção, pois nada estaria mais longe da verdade. Experimentem o que eu considero um bom filme de acção(embora dificil de arranjar) "O Assassino" de John Woo entre ooutros dos seus filmes chineses.
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