quarta-feira, junho 22, 2005

ROLLCAMERA
apresenta
Jim Jarmush


por: joseOl


Jim Jarmusch é um dos grandes poetas do cinema americano das duas ultimas décadas e tal, um cineasta de culto com uma legião de admiradores, no entanto em Portugal por exemplo poucos o conhecem….é um cineasta lancinante, uma voz única, cada filme seu é um choque estético e libertador, um daqueles artistas que não fazem um filme a pensar no mercado, ou que o formatam de modo a render mais dinheiro…a descobrir rapidamente.

Vários foram as alcunhas que lhe aplicaram desde a sua primeira longa-metragem “Permanent Vacations” (1980), realizada como projecto final do curso de cinema em Nova York., desde o inventor do chamado cinema independente surgido por esta época no urderground Novayorkino, até ao rei da coolness…
“Permanent Vacations”? Foi a sua longa-metragem numa altura em que os estudantes de cinema praticamente não faziam longas-metragens paga com o dinheiro das propinas – o que lhe valeu a não atribuição do diploma – de um jovem que tinha estudado literatura, e tinha descoberto o cinema na cinemateca de Paris, e que lançava as bases de todo o seu cinema posterior…era a história de um jovem perdido numa grande metrópole, sem nada para fazer…ai começavam a nascer os loosers e os marginais que marcariam obras de culto como “ Stranger than Paradise” ou “Down by Law”, e que foi bem mais apreciada na Europa.
Foi em Paris que Jarmusch descobriu nomes como Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchii, Robert Bresson, Nicholas Ray, John Cassavetes ou Jean Pierre Melville entre outros, o que marcaria para sempre o seu cinema poético, de um minimalismo arrebatador e de uma beleza seminal e imporia algumas marcas do seu cinema como o uso do preto e branco e a narrativa de absoluta liberdade.
Depois da obra inicial foi assistente de realização de Wim Wenders em “Lightning Over Water”, obra de homenagem ao mestre Nicholas Ray.
E foi precisamente Wenders, que tinha sido seu professor que cedeu a Jarmusch alguma película não exposta do seu filme “The State of Things” para realizar “Stranger than Paradise” com John Lurie que ganharia a câmara de ouro em Cannes e lançaria definitivamente o culto a Jarmusch., com toques de roadmovie, e já com o olhar estrangeiro sobre a América como aconteceria pouco depois em “Down by Law”, onde participavam Tom Waits e um tal Roberto Begnini ou ainda em “Mistery Train” homenagem peculiar a Elvis Presley.
Realizou um dos mais belos filmes da década de 90, o metafísico “Dead Man”, onde um fabuloso Johnny Deep era “transformado” em William Blake, o poeta, ou ainda esse fabuloso Western pós-moderno em que Forest Whitaker vivia segundo as regras dos samurais chamado “Gohst Dog”.
Este ano realizou “Broken Flowers” onde participaram uma autêntica constelação de estrelas liderada por Bill Murray, e que ganhou o Grande prémio em Cannes, contando a história de um homem que ao receber uma misteriosa carta fica a saber que poderá ter um filho, indo á procura de pistas e ai reencontra-se com as mulheres da sua vida….
Um cineasta completamente á margem de tudo, sem concessões, que pratica um cinema absolutamente livre…ou seja, absolutamente a descobrir! – Descubram-no!


FILMOGRAFIA:

- "Broken Flowers" (2005)
- "Coffee & Cigarettes" (2003)
- "Ten Minutes Older: The Trumper" (2002)
- "Ghost Dog: The Way of the Samurai" (1999)
- "Year of the Horse" (1997)
- "Dead Man" (1995)
- "Coffee & Cigarettes III" (1993)
- "Night on Earth" (1991)
- "Mystery Train" (1989)
- "Coffee & Cigarettes II" (1989)
- "Down by Law" (1986)
- "Coffee & Cigarettes" (1986)
- "Stranger Than Paradise" (1983)
- "The New World" (1982)
- "Permanent Vacation (1980)

2 Comments:

At 12:28 da manhã, Anonymous Anónimo said...

É sim um cineasta a ter muito em atenção. E já agora refiro que, ao contrário de imensos, gostei bastante de Coffee & Cigarretes. Não achei nada maçador, soube mesmo muito bem.

Cumps cinéfilos

 
At 8:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Um cineasta do qual não conheço muito mas o último filme dele (Broken Flowers) anda-me a interessar bastante. Gostei do trailer.

Cumprimentos cinéfilos

 

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