quarta-feira, novembro 16, 2005

"Doom" de Andrzej Bartkowiak


Um filme é sempre o filme, e o grau de exigência não deve ser influênciado por se tratar apenas de uma comédia romântica, de um filme independente, uma filme experimental ou uma simples adaptação de um vídeojogo, assim cada filme é aquilo que é.
Mas quando se toma a decisão de ver um filme como "Doom", claramente não se pode esperar uma obra-prima, mas pode exigir-se uma obra digna, tanto ao jogo no qual se baseia, como ao cinema em sí.

Supostamente este "Doom" de Andrzej Bartkowiak, é a adaptação do mundialmente famoso vídeojogo com o mesmo nome, em que um soldado solitário se encontra entre a terra e o inferno, tentando evitar que os demónios conquistem a terra dos vivos... mas na adaptação cinematográfica,"Doom", foi reduzido a uma história envolvendo experiências laboratoriais e alterações de DNA, que transformavam seres vivos em "zombies" (monstros?).

Um dos méritos de "Doom" enquanto jogo era a sensação de solidão e a forte carga psicológica de estar no limiar da vida e ao mesmo tempo do inferno, enquanto toda a vida humana depende do nosso desempenho. E este mérito foi de todo destruído nesta adaptação ao grande ecran, onde o pobre argumento se limita a fazer um "decor" absurdo, transformando "Doom" numa suposta experiencia de laboratório com "zombies" à mistura (já não chegava "Resident Evil"?)

Na verdade o filme de "Doom" não tem qualquer mérito, podemos mesmo dizer que não tem um argumento... tem um início pretencioso que a lado nenhum leva e um desenvolvimento e o consequente final ainda mais pretencioso e sem o mínimo sentido narrativo, que esconde a suposta personagem central da acção do vídeo-jogo, por detrás de uma “estrela”(?) da acção... ou seja «quem é o actor principal?»

“Doom” é o claro oportunismo comercial que tem sido habitual no cinema do género, utiliza-se um jogo de sucesso, promete-se que se será fiel ao mesmo, mas no final resume-se a umas armas, a um monstro e a uma visão em FPS (first person shooter) tal como o jogo, mas que na verdade é um artifício ridículo, que a nível técnico é uma verdadeira vergonha.

Estamos perante um dos piores filmes do ano, juntamente com “Alone in The Dark” (curiosamente mais uma adaptação de um vídeo-jogo), é um filme sem qualquer interesse especialmente para quem jogou e adorou “DOOM”, pois do jogo... só mesmo o nome.

Atentado ao cinema.

2 Comments:

At 1:15 da tarde, Blogger Hitler said...

Continuo a achar Alone in the Dark bem pior que Doom, apesar deste último também ser muito mau.
No Doom apenas gosto da personagem de Ripper interpretado por Karl Urban, penso que está muito bem.

 
At 10:18 da manhã, Anonymous Anónimo said...

"Atendado ao cinema"...é por isso que nem arrisco ir ver. Sempre poupo uns €uros :P!

Abraços

 

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