terça-feira, fevereiro 22, 2005

"Constantine" de Francis Lawrence

Com antestreia na noite de ontem e ao mesmo tempo sendo o filme escolhido para a Sessão de Abertura Oficial do Fantasporto, "Constantine" apesar de não ser um grande filme (longe disso), também acabou por não me desiludir na totalidade, talvez ao facto de as minhas espectativas não serem muito elevadas.

"Constantine" é a adaptação de mais uma Banda Desenhada, desta vez da DC e com o nome "Hellblazer".
John Constantine é um agente do oculto, nasceu com o dom de ver anjos e demónios que vagueiam pela terra e tenta manter o equilibrio entre Céu e Inerno.

De uma permissa simples tentou-se fazer um argumento surpreendente e acabaram por dar tantas voltas que o final do filme acaba por cansar de tantas voltas que dá. Mas toda essa tentativa de fazer um argumento complexo, levou a que existisse uma grande vertente cómica, um humor negro que é afinal de contas, a grande salvação do filme. São sem dúvida esses momentos cómicos que tornam o filme um pouco mais de mediocre.
O argumento é realmente o ponto fraco do filme, de tanta intriga que tenta criar, torna-se tão difuso e tão confuso que acabam por tornar o filme bastante mais calmo do que era previsto, talvez por ter sido escrito por responsáveis pela B.D. que acabaram por não conseguir deixar por completo a linguagem dos Comics para passar para linguagem cinematográfica.

A realização de Francis Lawrence, que ao que consegui apurar, tem a sua experiência essencialmente no mundo dos videoclips... e isso até é bem perceptível em alguns momentos do filme. Mas a realização para além daqueles momentos mais para encher filme do que contar história, até tem momentos bastante agradáveis, principalmente na apresentação da personagem de John Constantine.

Outra coisa que não podia faltar, são os efeitos especiais, que apesar de não serem fabulosos, até acabam por servir, tendo em conta os caminhos sobrenaturais do argumento.

É um filme para soltar umas gargalhadas devido ao ridículo de algumas situações, e até o climax acaba por ser motivo de risota, propositada ou não, só a equipa por detras do filme é que o pode dizer. Mas pelas risadas que dei... por uma boa maneira de deixar uma mensagem contra o tabagismo e até pelo caricato do final desta aventura, não digo que tenha desiludido.

Né-Tó - 5/10

Já agora, ou nao fosse este um filme sobre Céu e Inferno, a religião tem direito a alguns momentos de paródia.