quarta-feira, outubro 19, 2005

"The Brothers Grimm" de Terry Gilliam


Nova incursão do ex-Monty Python pelo mundo fantástico e surreal, embora desta vez e ao contrário das anteriores, mais mainstream e por consequência menos visceral e criativo que as suas anteirores obras.

Terry Gilliam tem sem qualquer tipo de dúvida ao seu serviço uma narrativa descabida e desigual, que por momentos cai de forma tão abrupta, que torna "irmãos Grimm" não num conto fabuleso, mas num mero conto provinciano.
Que fique claro que não estamos perante uma adaptação de qualquer conto criado pelos incriveis irmãos Grimm, estamos antes inseridos numa incursão dos irmãos Grimm pelo seu imaginário, algo que Gilliam tanto gosta, explorar o "imaginário" das suas personagens.

A encarnar, ou talvez melhor, a parodiar os irmãos Grimm (pois é para a paródia que nos leva o argumento escrito por Ehren Kruger), temos Matt Damon e Heather Ledger, vistos como dois aventureiros que salvam pequenas aldeias de bruxas e feitiços criados e inventados por eles mesmos e que um dia se vêm obrigados a enfrentar uma bruxa, mas desta vez, não criada por eles.
É durante esta aventura que somos deparados com imensas ligações a todo o imaginário criado pelos Grimm, "Rapunzel", "Hansel e Grethel", "Cinderela", "O Capuchinho Vermelho" e que segundo Gilliam, foi a inspiração para todos os contos.
Se é verdade que todo o visual, desde cenarios a efeitos especiais, são suficientemente credíveis, sombrios e surreais, não deixa de ser também verdade que são eles que sustentam a nova obra de Gilliam, que em vários momentos perde a magia e se rege apenas por uma imensa vontade de um estúdio mainstream.

Sem ser brilhante como já o foi em "Brazil", Terry Gilliam e o seu "Irmãos Grimm" irá sofrer e acabará por perder a quando a comparação com outras obras fabulescas e surreais, como as de Tim Burton, especialmente o ultimo "Charlie e a Fábrica de Chocolate".

NeTo - 4/10

3 Comments:

At 12:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ainda não vi, mas as críticas que tenho lido não o favorecem.

Excelente análise :)!

Abraços

 
At 1:29 da tarde, Blogger Francisco Mendes said...

Gilliam foi subtraído no seu manancial imaginativo por produtores com a mania que são geniais editores/realizadores, e o resultado final é um filme superior a muitos detritos hollywoodescos, mas com uma lancinante ausência da enorme alma cinematográfica de Terry Gilliam.

 
At 6:40 da tarde, Blogger brain-mixer said...

Gilliam ao pódio!!

 

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