"À Boleia Pela Galáxia" de Garth Jennings
Garth Jennings (realizador de videoclips... "Cofee and TV" dos Blur), apresenta-se ao comando de um filme de alto risco. "À Boleia peça Galáxia" é a adaptação cinematográfica da obra literária ciêntifico-cómica, "The Hitchhicker's Guide to the Galaxy" de Douglas Adams, recheada de humor absurdo, ou non-sense se preferirem, um género humorístico que se tem vindo a perder com o decorrer do tempo, mas que facilmente e inteligentemente ocupa o seu espaço e tem qualidade para adquirir o seu publico.
Desde o início, desde o fabuloso genérico inicial, onde o golfinhos ganham particular destaque, tudo começa a remeter as memórias do espectados para o universo de Monty Python... a composição musical é digna de qualquer obra do grupo britânico.
Mas estar a comparar e a tentar reduzir "À Boleia Pela Galáxia" a uma mera comparação com a obra dos Monty Python, é algo bastante injusto, pois Garth Jennings agarrando na obra literária de Douglas Adams, apresenta-nos uma sátira à vida universal, uma paródia galáctica, comédia espacial e até, um drama existencialista, ou questões existencialistas, disfarçadas por uma máscara cómica.
O filme levanta algumas questões interessantes e como podia ser... não responde a nenhuma delas, aposta mesmo no absurdo, numa tortura que se resume à leitura de poesia por um extraterrestre ou ao facto de o unico ser não orgânico, ser aquele que é mais deprimido, emquanto humanos e seres biológicos são possivelmente as criaturas mais absurdas e divertidas do Universo.
A dar corpo às personagens temos Martin Freeman, Mos Def, Sam Rockwell, Zooey Deschanel e como voz do robot deprmido Alan Rickman. Se no meu entender Martin Freeman é um actor sem carisma, Sam Rockwell é um actor que o tem em grande escala e que mais uma vez nos apresenta um constante overacting, ao seu bom estilo. Mas possivelmente a mais marcante personagem do filme será sem qualquer tipo de dúvida, Marvin, o robot, com uma imagem claramente inspirada em "Star Wars", com uma caracterização psicológica nada habitual e ainda mais com a voz de Alan Rickman a elevar a personagem, a uma das mais deprimidas e divertidas personagens deste género.
É verdade que é divertido, que a grande parte de gags são inteligentes e pertinentes, mas o que é certo, é que é uma história desconexa, onde aparecem e desaparecem personagens e onde aquele lado romântico surge sem um grande suporte... ou seja o ridículo serve de suporte a tudo, e acaba por perder algum interesse a espaços.
Será bem vinda uma sequela, assim como será bem vinda uma descoberta da obra literária de Douglas Adams.
Neto - 6/10
7 Comments:
Ah ah! Voltaste!! Pois, o cinema faz-nos destas coisas, não é?
Deve ser um filme bem engraçado! Bom regresso. See ya!
Ah, afinal não te foste embora...ainda bem :)! Bela análise: estamos os dois de acordo quanto a este filme.
Cumps. cinéfilos
ainda ñ vi mas quero ver!!
completamente de acordo!
Aqui está um filme que tem dado tanta controvérsia!E que foi dos poucos que me enganou, quando vi a apresentação!Esperava mais!!!Não foi o non-sense que me incomodou no filme, mas houve cenas muito paradas, tornando o filme um bocado maçante!As pessoas que estavam sentadas ao meu lado, na sala do cinema, suspiravam tanto que ainda o tornou mais irritante!!
Nao gostei muito do filme... Estava à espera de muito mais.
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