segunda-feira, maio 23, 2005

ROLLCAMERA
apresenta
Lars von Trier


Lars von Trier, uma das figuras mais marcantes e contorversas no actual panorama cinematográfico, nasceu a 30 de Abril de 1956 em Copenhaga, Dinamarca.
Após uma infancia e juventude marcada pela presença da sua mãe, em 1974, Trier ingressou na Escola Nacional de Cinema da Dinamarca, sendo apelidado pelos seus colegas com “von” entre os seus dois nomes.
Mas algum tempo antes, já havia filmado em super8 e 16mm, iniciando assim uma paixão pela arte cinematográfica.
Na opinião de professores, o futuro de Lars von Trier não prometia muito, mas em 1984, data em que o realizador lançou a sua primeira longa-metragem, “The Element of Crime”, conseguindo alguma projecção a nível internacional, nomeadamente em Cannes.
Em 1991, com “Europa” Lars von Trier arrecadou o Prémio do jurí em Cannes, e era agora uma certeza no panorama cinematográfico Europeu. No mesmo ano fundaria a sua própria produtora Zentropa.
Mas em 1996, Von Trier teria a sua consagração a nível mundial, com o seu filme mais consensual, “Breaking the Waves”, vencedor do Grande Prémio do Jurí em Cannes.
No ano anterior a “Breaking the Waves”, Lars von Trier, assinava o Manifesto DOGMA95, juntamente com mais 3 realizadores dinamarqueses, Thomas Vinterberg, Kristrian Levring e Soren Kragh Jacobsen. O dogma95, é um conjunto de normas para a realização e produção cinematográfica, uma espécie de voto de Castidade.
Mas só em 1998, realizou o primeiro filme respeitando as normas do Dogma95, “Idioterne” foi o filme que marcou o cinema enquanto experiência limite.
Lars von Trier é um criador de ódios, mas é um dos mais respeitados realizadores mundiais, e “Dancer in the Dark” é uma prova do génio de Von Trier, arrebatando Cannes mais uma vez, vencendo a Palma de Ouro.
Contorverso, é assim Lars von Trier, faz filmes sobre a América sem precisar de ir à América, e surpreendeu todas as concepções cinematog´raficas a quando do fantástico “Dogville”.
Para Lars von Trier o cinema á algo especial, e partilha de uma visão unica sobre a arte de fazer filmes.

  • LARS VON TRIER: "Para mim, o cinema sempre foi emoção."

    Audiência? Que Audiência?

    "Escrevo os meus próprios argumentos."
    "Um filme deve ser feito para nós próprios, não para uma audiência."
    "Um filme deve ser feito porque nós queremos, não porque pensamos que a audiência o quer."
    "Temos que gostar do filme antes da audiência."

    Cada filme cria a sua própria linguagem

    "Não existe gramática ao fazer filmes."
    "Cada filme cria a sua linguagem."
    "O problema em querer controlar tudo é que o trabalho passa a não ser mais do que um dever."
    "Actualmente, não planeio nada."
    "Filmo eu próprio, com uma pequena câmara de vídeo."
    "É fantástico poder gravar e gravar e gravar..."

    Toda a gente tem regras

    "Estou completamente fora do que se anda a fazer por aí em cinema."
    "As regras do Dogme95 surgiram como uma reacção ao meu trabalho."
    "Foi uma forma de me lançar para novos desafios."
    "Pensei que ao impor estas regras, novas experiências surgiriam."
    "Impor regras num filme é necessário porque o processo artístico é um processo de limitação"

    Regras do Manifesto Dogme95


Regras técnicas
1. O filme terá que tomar lugar numa localidade actual, sem cenários, sempre em exteriores sem a adição de adereços.
2. Só é permitido o uso de música e som directo;
3. A câmara só deve ser usada à mão;
4. O filme deve ser a cores e o uso de luz dramática é proibido. Deve haver apenas luz suficiente para ver; Iluminação especial não é aceitável.
5. Não são permitidos efeitos especiais de qualquer espécie; Trabalho optico é poibido

Regras estéticas
6. Nenhuma acção artificial pode ser introduzida; (assassinios, armas)
7. Nenhuma manipulação do tempo e do espaço é permitida;
8. Filmes de género não são permitidos;
9. O filme será no formato académico de 35mm; pode ser filmado em Video e só depois tranpostos para película.
10. O realizador não aparece nos créditos.


Amar os actores ao ponto do ciúme

"A melhor forma de extrair algo dos actores é dando-lhes liberdade e encorajando-os"
"Temos que os encorajar, apoiar e... amar."
"Cheguei a gostar tanto dos meus actores ao ponto de sentir ciúmes."


Evoluir, não melhorar

"Evoluir é importante para um realizador."
"A maior parte das pessoas confunde evolução com melhoramento."
"Eu evolui no meu trabalho porque avancei sempre para coisas novas. Mas não sinto que tenha melhorado."


FILMOGRAFIA:

Befrielsesbilleder (1983) (Documentary)
The Element of Crime (Forbrydelsens Element) (1984)
Epidemic (1987)
Medea (1988)
Europa (1992)
The Kingdom (Riget) (1994) (TV)
Breaking the Waves (1996)
The Kingdom II (Riget II) (1997) (TV)
The Idiots (Idioterne) (1998)
Dancer in the Dark (2000)
Dogville (2002)
Manderlay (2005)

3 Comments:

At 5:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Um realizador a seguir com atenção :)! Eu gosto dos filmes dele.

Cumprimentos cinéfilos

 
At 10:48 da tarde, Blogger Juom said...

Excelente comentário sobre um realizador extremamente curioso, decididamente talentoso e inevitavelmente provocador. Cada filme novo é um desafio às convenções e uma experiência especial, goste-se ou deteste-se. Eu gosto, normalmente, com algumas excepções (*coffDogVillecoff*)

 
At 9:07 da tarde, Blogger MPB said...

Compreendo quem nao goste de DOGVILLE, mas também acho que quem nao gosta, não tem direito à vida :D:D:D Brincadeira.

É um filme de extremos, até entendo, Von Trier esticou demais a corda...

Cumps

 

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