sábado, abril 08, 2006

"Brokeback Mountain" de Ang Lee

por: a_Pupila

Resolvi escrever sobre "Brokeback Mountain" porque depois de ser dita muita coisa resolvi esperar um tempo para construir uma “crítica” que possa exprimir tudo o que tenho a dizer sobre o filme.

Confesso que me é dificil entender o odio que se gerou em alguns sitios em relação a este filme. Quanto a "Brokeback Mountain" não consigo ser tolerante. É o melhor filme do ano e um dos melhores deste inicio de século em que nos inserimos.

O odio , a meu ver, surgiu quando o filme teve um acolhimento fora do normal comparável ao de "Million Dolar Baby" ( do qual gosto menos) ; mas ao mesmo tempo que foi considerado uma historia profunda sobre o amor “impingiram-lhe “ uma bandeira que ele claramente não tinha intenção de içar.
Penso que a bandeira gay surgiu porque este ano é o ano dos filmes politicos e sociais.

Temos "Crash", com um argumento muito bem escrito mas com uma clara intenção social, temos "Munich" uma tentativa de Spielberg politizar-se e talvez com isso dizer que apesar de fazer guerras dos mundos e isso sabe o que se passa no mundo ( uma tentativa a meu ver um pouco frustrada), temos o "Syriana", um jogo politico com um swing rapidíssimo, e finalmente um exercicio de estilo, forma , fotografia e cinematográfico de umas das maiores promessas dos EUA, George Clooney sobre o macarthysmo.
É dificil que uma obra se torne independente a esta onda politica e consiga sobreviver por si só quando relata uma história de amor sim, mas uma historia de amor entre dois homens.

Brokebak Mountain é uma obra cinematográfica por excelencia, porque não sobrepõe qualquer assunto social à sua importancia visual, sonora e sentimental,e isso é natural sendo nos oferecido pelo realizador mais sensivel do panorama actual.
É de uma sensibilidade arrebatadora, concluindo ao espectador que o amor pode nascer em qualquer lado.

Nos primeiros 10 minutos não há qualquer diálogo. E isto explica–nos que hoje , apesar de muitas vezes o argumento se sobrepor à imagem e ao seu poder, com "Brokeback Mountain" respira cinema. Existe uma fotografia fabulosa, ignorada por mentes mais fechadas onde a natureza comunga-se com a arte.
Uma banda sonora simples e tão poderosa que por assim ser perfeita, coadunando-se com os seus personagens, tão basicos mas tão complexos ao mesmo tempo.
Interpretações excelentes onde o personagem principal é interpretado de tal forma intensamente que a sua performanece foi comparada ao mitico Marlon Brando.


Ao ver Brokebak Mountain, vejo harmonia, vejo uma pureza na imagem que me era rara hoje em dia.
É surpreendente que tenha sido tão achincalhado quando é talvez a mais pura obra de arte dos ultimos anos.
Ao vê-lo fico arrepiada. Ao sair da sala, tenho a esperança que mais como estes possam ser feitos.
Ao pensar nele, sinto-me pequena mas ao mesmo tempo sortuda de o ter acompanhado na sua comtemporaneadade.

a_Pupila - 10/10

7 Comments:

At 9:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

concordo perfeitamente com o teu comentário, tambem o acho o melhor filme do ano, e uma das melhores obras deste novo século. E apesar de não existir filme este ano que tenha sido mais premiado, foi pena a academia não lhe atribuir o Oscar de melhor filme, tal como o de melhor fotografia. Perde a academia o já pouco prestigio que vai tendo. Ganham outras associações de prémios que sabem o que fazem.

Cump.

 
At 11:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

1 pequena nota nada secundária: os segundos/minutos/momentos iniciais são mesmo magníficos de tão subtis. Faz falta mais silêncios puros assim no cinema.

Cumprimentos

 
At 2:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sim, está sem dúvida na lista dos melhores do ano :)!

Excelente análise!

Cumprimentos

 
At 9:34 da manhã, Blogger Hugo said...

Precisamente: uma obra cinematográfica por excelência.

Provavelmente, o filme com a melhor fotografia dos últimos tempos (verdadeiramente assombrosa!) e, com o toque de cineasta: os inúmeros planos de montanha Brokeback trazem reminiscências bem vivas das montanhas d' "o caçador" de Michael Ciminõ.

Mais do que tudo, é uma história de amor à moda antiga, bem contada e bem gerida, que apenas tem como elemento estranho o facto de ser um amor homossexual.

Saudações cinéfilas!

 
At 12:10 da manhã, Anonymous Anónimo said...

sim e o melhor filme do ano poderia ter ganhado mais oscars

 
At 3:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É ingenuidade achar que por conta de cenas e de romance entre dois homens é pura apelação gay. A critica cineamtografica deveria ser mais sensata e se dar conta da explendida obra de arte elaborada e desenvolvida neste grandioso filme. A interpretação dos apaixonados (Jack e Ennis)é digna dos grandes astros consagrados na Academia internacional de cinema Holyood. É surpreendente a cxapacidade e a qualidade fotográfica das cenas e o envolvimento profissional dos atores. Fiquei encantado com o trabalho artistico desse conjunto d eprofissionais que deram vida a este Primor do cimena. Daria qualquer coisa para ter acesso ao email pessoal de qualquer um dos dois atores protagonbistas,para parabeniza-los diretamene,fiquei apaixonado pelos dois pelo brilhantismo e pela paixao com que atuaram no filme, realmente se envolveram na linda história de amor. Pena que para dar mais calor ao drama umteve que morrer. Se for possivel, meu emailé d_rosouza@hotmail.com. Fiquei felissimo se conseguir mais informaçoes sobre este filme beliisimo.

 
At 12:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Pensei que nunca assistiria um filme dessa categoria...Um dos melhores que eu já vi em toda a minha vida.
Uma grande obra cinematográfica.

 

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