apresenta
Guy Maddin
"O cinema de Guy Maddin"
Natural de Winnipeg, Canadá, onde se encontra afastado da praga hollywoodeana, Guy Maddin é actualmente um dos mais conceituados nomes do denominado cinema independente ou submundista. Apaixonado pelo cinema mudo dos anos 20, molda os seus filmes sob os cânones clássicos, não excluindo, no entanto, a concepção visual das imagens. Este, é de facto, um dos pontos preponderantes no seu trabalho. Os seus filmes são viagens pelo mundo do cinema mudo onde são reproduzidas imagens e sons, extraídos de pedaços de pintura, literatura e música clássica. Nas mãos de Maddin, os seus filmes tornam-se desenvoltos, complexos, hilariantes, únicos. Estas imagens são fantasmas pós-modernos de um revivalismo criativo único.
Ao contrário de compatriotas como David Cronenberg, Maddin não estudou cinema. Licenciado em economia, sorveu a inspiração para os seus filmes durante os anos 70 e 80, tendo esse período de absorção resultado na sua primeira curta-metragem “The dead father”, de 1986, uma história macabra acerca da marcante relação de um homem com o seu pai.
Foi após o lançamento da sua primeira longa-metragem “Tales from the Gimli Hospital” que o seu nome se espalhou pelo undergound cinematográfico; estranhamente (ou felizmente?) não saltou para os principais palcos cinematográficos como havia acontecido com David Lynch e John Waters, também eles, a seu tempo, submundistas. Este filme constitui uma ponte para o seu filme mais delirante e insensível de 1990 “Archangel”, o mais lírico de todos os filmes de guerra que conta a história de dois amantes amnésicos que tentam romper as fronteiras a norte na Primeira Guerra Mundial.
Após este sucesso, lança o seu primeiro filme a cores, “Carefull”, uma história de repressão. Este filme abriu o Festival de Toronto em 1993.
Em 1995, Guy Maddin cria uma curta poético-prosaica, “Odilon Redon”, organizada pela BBC que convidou também actores como Jonathan Demme, Jane Campion e Tim Burton. O resultado final ganhou uma menção honrosa do júri do Festival de Toronto. No mesmo ano é o galardoado com menos idade com o prémio de carreira do Telluride Film Festival.
Em 1997 lança uma nova longa-metragem “Twilight of the ice nymphs” , o primeiro filme em que perfilam actores consagrados como Alice Krige e Shelly Duvall e com um orçamento significativo.
Entretanto, em 2000 lança “The heart of the world”, um pastiche inspirado no filme mudo de ficção cientifica russo “Aelita, Queen of Mars”.
Em 2002 filma a interpretação de Drácula pelo Royal Winnipeg Ballet dando origem a “Dracula, pages´ of a virgin´s diary” que viria a ganhar um Emmy.
O seu filme mais recente entitulado “The saddest music in the world” é baseado num guião original de Kazuo Ishiguro e trata de uma disputa para saber quem consegue criar uma musica mais melancolica do que qualquer outra e conta ainda com a participação da actriz Maria de Medeiros.
O trabalho de Guy Maddin é tão belo como confuso e delirante. Incorpora em si a linguagem do cinema do passado com o qual é intimo devido às horas incontáveis de filme que visionou, combinada com uma sensibilidade pre-cinematográfica extraída dos livros que devora.
Um prodígio de capacidades intelectuais únicas que retracta nas suas obras as suas obsessões e interesses.
FILMOGRAFIA :
- Longas-metragens
Tales from the Gimli Hospital (1988) 72 min
Archangel (1990) 90 min
Careful (1992) 100 min
Twilight of the Ice Nymphs (1997) 91 min
Dracula: Pages from a Virgin's Diary (2001) 73 min
The Saddest Music in the World (2003) 99 min
- Curtas-metragens
The Dead Father (1986) 26 min
Mauve Decade (1989) 7 min
BBB (1989) 12 min
Tyro (1990) 4 min
Indigo High-Hatters (1991) 34 min
The Pomps of Satan (1993) 5 min
Sea Beggars (1994) 7 min
Sissy Boy Slap Party (1995) 2 min
Odilon Redon (1995) 5 min
The Hands of Ida (1995) 30 min
Imperial Orgies (1996) 3 min
Maldoror: Tygers (1998) 4 min
The Hoyden (1998) 4 min
The Cock Crew (1998) 5 min
Hospital Fragment (1999) 3 min
The Heart of the World (2000) 6 min
Fleshpots of Antiquity (2000) 3 min
Fancy, Fancy Being Rich (2002) 6 min
Luis Carneiro , Julho 2005
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