quinta-feira, dezembro 08, 2005

"Harry Potter e o Cálice de Fogo" de Mike Newell

«when sweet Lily Potter gave her live to save her only son, it provided him with the ultimate protection...» (Lord Voldemort)

Depois de toda a poética negra inerente à obra interior da saga Harry Potter, deixada por Alfonso Cuarón, Mike Newell ("Quatro Casamentos e um Funeral", "Donnie Brasco" e "Mona Lisa Smile"), toma as redeas do novo capítulo da saga Harry Potter, aquele que se anunciava como o mais negro e que marcava o aguardado encontro entre o herói e o vilão.

Mas infelizmente Cuarón não continuou, e Newell com todas as diferenças leva este novo capítulo a outros caminhos, o anuncio de novos e negros acontecimentos são restritos a uma imagem escura e não ao medo interior que Cuarón tão bem explorou. Na verdade Newell leva Harry Potter, para o mundo da acção e aventura sem limites, onde o ritmo frenético não permite uma total fidelidade à obra de J.K.Rowling (como já era de esperar), mas que também acaba por afectar os muitos interesses narrativos da mesma, seja a relação "amorosa" de Harry, sempre pouco evidente e confusa, seja o reencontro familiar e os próprios valores, seja com Cedric ou Harry e até o surgimento do Senhor do Mal.

Era de facto o grande atractivo... era pela primeira vez sermos confrontados com Lord Voldemort, mas o primeiro impacto não foi muito grande, devido a toda a cadeia de acontecimentos superdiciais que anteriormente nos levaram ao encontro. A necessidade não seria de uma total mudança, mas apenas de nos momentos em que as personagens se encontram sozinhas no labirinto, explorar ao máximo os seus medos, mas o ritmo do filme não o permite, e acaba por se Ralph Fiennes (Voldemort), com o seu extraordinário jogo corporal e a expressividade vocal que acaba por salvar o confronto de Harry com o seu inimigo.

Era difícil ultrapassar a qualidade narrativa de Cuarón, mas era facilmente possível cativar a audiência e é esse o mérito de Newell sempre eficaz na oferta de acção e humor e como seria de esperar de uma produção desta dimensão, uma imensa "limpeza" tecnica, sem espaço para grandes reparos.

Sem ser grandioso, é um capítulo interessante e bem acima dos dois primeiros e que deixam na espectativa, todos os fans para as novas adaptações... afinal está claro que temos um vilão à altura de um herói cada vez mais solitário.

NeTo - 6/10

3 Comments:

At 2:54 da manhã, Blogger Fuazona said...

A ordem de fenix, esse sim, vai ser um filme negro! TEM de ser!

Eu gostei bastante deste filme. Tive peninha de não falarem da BABE, mas não se pode ter tudo... ah, chorei com o cedric. no livro E no filme. I'm vulgar like that =D

 
At 12:41 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu gostei. Está superior em termos de qualidade relativamente aos outros filmes da série :).

Abraço

 
At 12:12 da tarde, Blogger susana said...

Eu também achei este 4º filme superior aos outros da série, mas concordo que o ritmo da acção não permite uma total fidelidade e acaba por afectar outros interesses..Nas crónicas de Narnia o ritmo é mais lento e menos violento e permite-nos uma maior avalição de todo o filme.

 

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