sexta-feira, novembro 12, 2004

"Land of Plenty- Terra da Abundancia" de WIM WENDERS

Não era um conhecedor da obra de Wim Wenders, mas recentemente fui "obrigado" a olhar para Wenders de outra maneira.
O que vou dizer pode parecer absurdo, mas não o é de certeza. Ao contrário de todos aqueles que veem toda a obra de Wenders, eu segui o caminho contrário, o primeiro filme do alemão que eu vi foi " Million Dollar Hotel", e amo esse filme, gosto do visual, gosto da poética envolvente gosto daquela falta de ritmo. Só depois vi "Buena Vista Social Club" e "Lisbon Story". E agora muito recentemente vi aquele filme que me deixou de braços caidos e de boca aberta "As Asas do desejo".
De todas as obras que vi de Wim Wenders não consigo encontrar muitas diferenças, não vejo um muito pior nem outro muito melhor, mas tenho de admitir que "Land of Plenty" é uma das melhores.

"Land of Plenty- Terra da Abundancia" será uma especie de "Fahrenheit 9/11", mas sem uma vertente politica e com uma elevada e graciosa componente humana.
É a história de um homem atormentado desde os tempos do Vietnam e que após os ataques terroristas de 11 de Setembro, se ve envolvido pela sua mente numa guerra e decide patrilhar as ruas da sua cidade, tudo o que ve pode ser um atentado, pode ser um acto de destruir o seu amado país. Mas ele também é procurado, por uma sobrinha que vive num mundo "longinquo" de paz e de ajuda aos outro, esteve durante anos em missão cristã em África e na Palestina e tem uma visão totalmente antagónica da do seu tio.
E o filme desenrola-se nas diferenças e na procura da aceitação e a aproximação resultará de um acontecimento inesperado.

Em si, "Terras da Abundancia" é uma pérola. A luz de cada plano delicia o olhar, mas como o próprio Wenders perfere, o que melhor é absorvido é a história, uma fantástica procura pela vida, uma viagem ao "desconhecido", sempre de uma forma poética. A carga emocional é muito bem controlada e transmitida por uma dupla de actores super dinâmica,John Diehl e uma cativante e apaixonante Michelle Williams, numa personagem absolutamente deliciosa que enche cada plano de Wenders.
Um filme completo, uma obra de um visionário.

O MELHOR: Um filme que enche a alma, que nos mostra a complexidade humana

O PIOR: Falta uma componente mais polémica.