A utilização de animação digital em detrimento de cenários “reais”...
O cinema durante os anos tem vindo a sofrer grandes mudanças. Nos ultimos tempos uma nova mudança ocorreu, em “Sky Captain e o Mundo de Amanhã” e “Immortel (ad vitam)”, ambos em exibição nos nossos cinemas, os cenários onde decorre a acção são totalmente criados digitalmente, enquanto que as personagens continuam a ser de carne e osso.
Em ambos os filmes as gravações ocorreram sem cenários, os actores limitavam-se a representar frente a um ecran azul e só posteriormente foram adicionadas a essa imagens os cenários criados por computador, por exemplo, os Himalaias e Nova York são alguns dos cenários criados digitalmente. A utilização deste método permite segundo alguns diminuir o tempo de rodagem e por consequencia os custos totais dos filmes, mas também os actores têm a ganhar, pois sendo o tempo de rodagem mais curto poderão participar num maior numero de filmes durante um curto espaço de tempo, mas para além disso em “Sky Captain e o Mundo de Amanhã” o vilão é Laurence Olivier, actor falecido em 1989 é o vilão, tendo sido “ressuscitado” com o suporte das novas tecnologias.
Será este o caminho do cinema, enganar cada vez mais as audiências e cada vez mais se afastar da vertente artística para passar a ser apenas um meio industrial e económico, ou por sua vez serão apenas casos isulados que mais cedo ou mais tarde vão ser lembrados como filmes que tentaram mudar tudo, mas no final nada mudou.
Em relação a esta situação, para além do que muitos dizem ser positivo muito há de negativo, por exemplo, será moralmente ético “ressuscitar” actor falecido, tanto a nivel familiar, como a nivel profissional, existo algo de pouco ético neste acto. Nenhum actor deve gostar de ser substituido por um “boneco” digital de um actor falecido. Isto leva a pensar que poucos limites existem no cinema, deixam de existir limites éticos, tecnicos, humanos, restando apenas os limites da imaginação, imaginação essa que estará em alguns casos a ser utilizada para simplesmente ganhar dinheiro.
Penso que o cinema tenderá a afastar-se destes métodos 100% digitais de criar cenários e actores e isso será imposto pela vertente que os produtores queriam conquistar, a vertente económica/publico. Vão ser os resultados de bilheteiras que irão dizer que este tipo de cinema que o público realmente quer. O lucro vai sempre existir, mas existe o gosto do espectador, até que ponto o espectador se deixará enganar constantemente por cenário, que na realidade existem, mas são criados de forma digital, recorrendo a uma forma mais fácil de fazer as coisas, despresando a arte e sensibilidade humana.
Não creio ser este o caminho que o cinema deva seguir... usar a imaginação tudo bem, mas agora deixar que um computador faça tudo???
Não.
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