Isto não é um «Blockbuster»...
por JoseOl
Não é definitivamente um “blockbuster”, vão haver vários momentos ao longo do filme a demonstrar isto: logo no início, a análise familiar como se de um drama se tratasse é invulgar; mais para a frente, Tom Cruise – Ray Ferrier – a fugir dos primeiros invasores, alguns minutos em surdina, só com o som da destruição, sem falas.
É um dos seus filmes mais corajosos, funcionando como um negativo das obras inicias, a convocação das memórias do 11 de Setembro é o exemplo mais significativo….depois temos o realizador a afastar-se do livro e a mergulhar de cabeça nos seus temas de sempre….a família estilhaçada…a ausência do pai, etc…etc…ou seja muito spielberg…com o livro a servir de base….
Mas o que é cada vez mais impressionante no cinema de spielberg é a economia, quase como se de uma série B se tratasse…só lá está o que faz falta, colando a câmara ao que lhe interessa volta assim a fazer a sua catarse…desta vez mais adulta, enfim em negativo de Encontros Imediatos, de E.T…
E depois temos ainda uma espécie de cinefilia convocada, quase fazendo do filme uma súmula dos seus momentos mais pessoais…E.T, Duel, O Resgate do Soldado Ryan, Indiana Jones, etc, vão passar quase ironicamente por lá.
A coragem só será quebrada lá mais para a frente, a cena do barco têm alguns momentos de embaraço…talvez mais por culpa do argumentista…ou de uma necessidade moralista que seria dispensável.
Enfim, é o discurso de um tempo a servir de base ás obsessões Spielberguianas…a confirmar o que se vem apercebendo desde A.I, filme de viragem do mais eclético dos moviebrats dos 70´s, o realizador depois da luz dos primeiros filmes entrou nas trevas…como que numa consciencialização de um novo tempo e de uma maturação própria…
1 Comments:
Concordo plenamente. Este é um anti-blockbuster, como já lhe chamaram. Tem os seus defeitos, mas tem os seus encantos. Um deles é o facto de ser algo invulgar para um filme comercial, de Verão.
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