“Volver” de Pedro Almodóvar
Pedro Almodóvar será uma marca de cinema europeu pelo mundo mas em especial pela América. Mas onde está o irreverente cinema Europeu? Onde está o engenhoso, irreverente e por vezes escandaloso Almodóvar?
O cinema de Almodóvar reduz-se agora a uma formula simples, ou seja estilo e unicamente estilo. Estilo esse desgastante e gasto por si só, satira social, humor irreverente e melodrama, tudo isto estilhaçado ao longo de largos minutos e apenas resultando a espaços.
Mas há algo que Almodóvar controla na perfeição é todo aquele estilo quase “Kitsch”, a que podemos chamar caricatural, o exagero, a não identificação mas a impressão, a ilusão, a dissimulação de uma teia narrativa inconsequente, proveniente de um autor (mérito questionável) que domina e explora o seu cinema à exaustão.
E “Volver” resumir-se-á a um mero e interessante “Penélope Cruz show”, que salva e a larga escala o filme de uma mera máscara carnavalesca e melodramática de uma complexa trama familiar tratada com excessiva leviandade.
Manuel Pinto Barros
apartir de hoje este espaço deixa de contar com a limitada e muito injusta nota de 0 a 10. Fiquemos apenas pelas palavras e pensamentos.
2 Comments:
O filme vale - e muito - pelo revisitar das catacumbas cinéfilas. A parecença na pose de Cruz com Magnani é inegável (e precisávamos de ver Bellissima, esse belo filme menor de Visconti, para reparar nisso?), tal como o são os laivos hitchcockianos da ocultação do cadáver. Volver é mesmo um filme de regressos, à história, às memórias/traumas de Almodóvar e às suas divas. É, quase, a comprovação do eterno retorno à la Nietzsche.
Admito que é o meu velho conflito com Almodovar.
É claro que os laivos Hitchcockianos existem, mas não os vejos como necessidade narrativa, apenas com estilo.
Foi por muitas destas questões que deixo a aritmética de lado apartir deste momento. O cinema é mesmo assim.
cumps
Enviar um comentário
<< Home