sexta-feira, outubro 06, 2006

Ilusões, Aparências e Mistério.

Sem me alongar demais, sem um novo visionamento ficam as primeiras marcas: ilusão, aparências e mistério. Poderão ser os adjectivos que acentam que nem uma luva a "A Dália Negra" , assim como à obra em geral de DePalma. Mas estamos perante algo excessivamente denso e indigerível, algo incomportável e ao mesmo tempo sublime.
Recuemos ao Séc. 0 (zero), o persa Manes refere-se ao universo como algo que foi criado e dominado por dois princípios opostos, o bem e o mal. Maniqueísta, assim é "A Dália Negra", onde o bem e o mal são incomportáveis, onde o "frio" e o "quente" chocam, repelem, mas nunca se anulam. É o jogo de aparências.
Os factos, a utopia, a procura da impressão da realidade, os sentidos e a inteligência. É o jogo de Ilusões.
O culto, a técnica, a cautela, o enigma, o dogma. É o jogo de Mistérios.

Gelo, Fogo e Fumo??? Poderiamos caminhar por aqui até encontrar o tortuoso caminho que é falar de "A Dália Negra".

4 Comments:

At 9:53 da tarde, Blogger Hugo said...

Sim. E pelo meio vai a mestria de De Palma a, passe a expressão, dominar a Câmara. Cada plano, cada sequência, cada travelling é uma pequena grande lição que o espectador leva pelo preço de um bilhete normal.

 
At 10:21 da manhã, Blogger Francisco Mendes said...

A pergunta que emerge assim de repente é: que se passa com a crítica americana?

 
At 11:11 da manhã, Blogger MPB said...

Hugo alves: Sem dúvida. Tecnica, unidade espaço-tempo. Tudo é brilhate.

Francisco: É interessante, mas na América o problema é que a crítica americana é um forte elemento publicitário e um forte tentáculo do polvo que é a indústria e claro que quando se trata dos realizadores de nome, só há duas hipóteses ou é bem recebido ou mal recebido, o meio termo quase não existe. Isto´levanta aquela questão, quem e como querem sustentar o cinema. O que interessa cá em cima, o que nao interessa lá para baixo.

Cumps

 
At 8:14 da tarde, Blogger Juom said...

Eu próprio também tive imensa dificuldade em escrever sobre o filme. É difícil mesmo de explicar aquilo que o cinema de Brian De Palma me faz, atinge-me visceralmente - a história serve a forma que, por sua vez, serve as suas obsessões pessoais. Poucos cineastas me parecem levar tão até ao limite o cinema como De Palma o faz. Claro que por vezes aliena o espectador menos dado a essas bizarrias, mas cá para mim, quanto mais melhor.

 

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