"SORTE NULA" de Fernando Fragata
Depois de sair da sala de cinema e ver este "Sorte Nula", interroguei-me "quais serão os critérios de financiamenro do ICAM???". Este filme não foi financiado pelo Instituto de Cinema Audiovisual e Multimédia, o único dinheiro que terá vindo do Icam, terá sido o referente às receitas de "Pesadelo cor-de-rosa" também de Fernando Fragata. Custa-me acreditar, mas parece que os financiamentos só surgem para argumentos sobre, a guerra colonial, prostituição, etc. E depois os resultados nas bilheteiras são o que são. E se o financiamento não vai para o argumento acaba sempre por ir para o nome do realizador ou do primo do amigo de um gajo que quer fazer um filme.
Em relação ao filme:
Vou começar pela imagem. O filme foi filmado em camaras digitais agora não sei se houve algum problema com o filme e a qualidade da imagem foi alterada, ou pelo que senti ao longo do filme terá sido uma opção estética, que em momentos até resulta num certo nervosismo, mas acho que no geral o resultado poderia ser melhor. Havia momentos em que a imagem tinah pouco contorno ("Sharpness") e existia um certo arrasto na imagem, mas isso pouco importa, porque o orçamento não dava talvez para inventar muito. Argumento: Bem estruturado, muito diferente do que temos visto no cinema português.
Os diálogos são bastante interessante e momentos existem em que os diálogos são o melhor do filme, conseguindo prender toda a atenção do filme. Tirando um parte apenas em que a pseudo-actriz Tânia Miller, manda um "pontapé" no português, que até mete medo. Realização: Dinâmica. A realização é acina de tudo dinâmica. Ritmada e coerente. Gostaria de ver Fernando Fragata com um orçamento mais alargado... e só aí é que poderiamos ver o máximo das suas possibilidades. Neste filme apenas vamos ver a sua vontade, e o que já é muito.
Elenco: No geral competente. Grande António Feio.
No geral o filme é bastante agradável, tirando o facto de se tornar um pouco previsível, mas até compreendo que Fernando Fragata o tenha feito assim, porque depois seria acusado de fazer as coisas em cima do joelho.
Parabéns Fernando Fragata. Realização, produção, montagem, banda sonora, operador de steadycam. Cinema independente de autor português?!? Será este o caminho???