domingo, dezembro 31, 2006

A todos um EXCELENTE 2007


O velho ano já lá vai, aí vem um novo para melhorar o que antes se passou.
Desejo que a economia melhore, espero que nos deixemos de fascismos, quero ter orgulho nas pessoas que dão a cara pelo nosso Portugal, espero melhor futuro e condições de emprego, quero que se deixem de vedetismos e novos riquismos, espero Paz e consciência governamental, quero Alegria e tranquilidade para fazer o que gosto.


Já agora quero ver o novo filme de Manoel de Oliveira, e já agora espero que tenha sucesso.
BOM ANO

sexta-feira, dezembro 29, 2006

“BABEL” de Alejandro Gonzalez Inarritu

Perdidos em Fragmentos pré-concebidos de Mundo.

“...o cinema possui a especificidade de retratar como nenhum outro média a realidade física. Todos os seus recursos (como, por exemplo a montagem), devem ser usados de modo a fazer fluir no écran a materialidade das coisas, na sua indecibilidade, contingência e complexidade.”

“theory of film, the redemption of physical reality”

Princeton, New Jersey: Princeton University Press,1997


Poderiamos colocar “Babel” lado a lado com a citação acima transcrita, e poderá parecer que tudo bate certo, desde a referência à montagem, a unica especificidade particular do cinema, desde a realidade, desde a referência aos restantes “média”, ao valor obtido através de uma série de observações, desde a possibilidade do imprevisível, até que chocamos na complexidade, a qualidade do que é complexo.

Mas o que é “complexo” afinal?
Utilizado como adjectivo será o “que abrange ou encerra muitos elementos ou partes”, utilizado como substântivo poderá ser “circunstâncias ou actos que têm entre si qualquer ligação ou relação” e utilizado segundo a psicanálise será segundo Freud “o conjunto de representações de forte carga emotiva que se encontram reprimidas no inconsciente do indivíduo e que influenciam a sua vida afectiva”. Tudo parece bater realmente certo com “Babel”, mas também bate certo com “The New World” de Terence Mallick, mas uma ou outra diferença.

Inarritu explora uma narrativa universal, Marrocos, Estados Unidos, México, Japão, na sua actualidade, os dramas de comunicação ou a ausencia dela, os conceito e os preconceitos. E serão os preconceitos, conceito formado antecipadamente que determinam a complexidade de Babel. A complexidade de Babel limita-se ao conceito premeditado, a uma observação superficial e algo simplista de várias pessoas de várias cultura.

O que há de diferente entre mim e o resto do mundo? Tudo, não só a moda, nem a religião nem a língua, mas também a maneira de pensar, de sentir, de sofrer ou de amar. Logo o meu “poder” de observação de “Babel” e do mundo ainda mais, limitado, assim como será o de Inarritu, diremos que será sempre subjectivo assim como será a “complexidade” e a “humanidade” no/do cinema.

A complexidade narrativa de Inarritu, nasce e muito bem na montagem, mas morre na narrativa. Narrativa não enquanto argumento, mas construção apartir de imagem e sons.
De “Babel” guardo algumas interessantes reflexões sobre a comunicação global, não tanto como língua, mas como ciência e tecnologia, num momento em que duas personagens mudas comunicam por um telemóvel por vídeo-chamada. E é a ciência e não a “humanidade” que tem de ser posta em causa, é a o constante declínio do que é a religião, à completa destruição de ideias e conceitos próprios e é a ciência que cria uma completa abstração fria e negra do Homem com o Mundo. Falta a ciência, não como ausencia física de medicamentos ou presença de qualquer tipo de droga, falta um sem numero de questóes e dificuldades de comunicação, falta um sem número de realidade, um sem número de relações da realidade e da abstracção.

Mas é certo que a espaços Inarritu foge do sensassionalismo do preconceito (nada de negativo e muito subjectivo) e em que o principal surge, a relação pai-filho, ou a incomunicabilidade de duas gerações, aqui não está em causa a língua ou as crenças, mas muita ciência escondida.

Para finalizar, e voltando ao “complexo”, a construção da montagem que é complexa como adjectivo e nunca na filmografia de Inarritu talvez fosse tão bem empregue, mas enquanto realização e acto de “pôr-em-cena” o complexo de Inarritu é em grande parte exibicionista e o show-off visual e sonoro, transformam a possivel fascinante viagem è “Torre de Babel” num ciclo de repetições anacrónicas.

“Babel” será em suma, um grupo diferenciado de personagens perdidos num mundo desfragmentado, pela visão de um homem. Mas será tudo assim? Ou há ainda espaço para a reflexão? Eu acredito que existe muito para reflectir, eticamente, tecnicamente e filosoficamente.

Mas por tanto de se falar de incomunicabilidade, não será também estimulante ver o dilema da comunicação em "The New World" de Terrence Mallick? A palavra do lado dos Ingleses e a emoção e ralação com a natureza por partes dos colonos... e não será aqui o grande confronto entre ciência e Homem?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Brad Pitt careca?


Assim é. Brad Pitt muda radicalmente de visual, para participar no novo projecto de David Fincher, "The Curious Case of Benjamin Button", que se encontra em rodagem. Há que lembrar que Fincher tem para estrear "Zodiac", mas só la para 2007.

Agora para quem deseja ver Brad Pitt carequinha... AQUI

Assustadas/os??? Não é que os efeitos visuais escondem cada coisa.

É Déjà Vu...?


Por: Tony Scott

Por: Spike Lee

segunda-feira, dezembro 11, 2006

“Um Ano Mais Longo” de Marco Martins

Este ano enquanto o público português andava distraído com “Filme da Treta”, Marco Martins teve o previlégio de trabalhar com um dos grandes nomes do cinema mundial, o argumentista (talvez mais poeta que propriamente argumentista) italiano Tonino Guerra, responsável por grandes obras europeias e que partilhou experiências, palavras e visões do mundo (cinema) com nomes como, Michelangelo Antonionio (em “L’Avventura”,”Blow up”, “Deserto Rosso” e alguns mais), Vittorio De Sica (em “Amanti” e “Matrimonio all’italiana”), Federico Fellini (em “Amarcord”, “Ginger e Fred” e “ E la Neve va”), Andrei Tarkovsky (em “Nostalgia”) e Theo Angelopoulos (em “To Vlemma tou Odyssea”, “Eternity” entre outros).

E o que resulta desta junção de gerações? 30 brilhantes minutos cinéfilos à exaustão. Com as devidas diferenças respira-se um pouco de “Nostalgia” (como título e como sentimento), o espaço é mais uma vez “actor”, tal qual como Marco Martins havia feito em “Alice”, e agora existe a nostalgia do passado, do presente e do futuro. A Lisboa actual, como espaço transformado e transformador, como elemento de fragmentação e destruição, fisica e psicologicamente.

Novamente um personagem masculino, vagueia só pelas cidades de uma Lisboa estranha, ele não é daquele sítio, não parece ser aquele o seu espaço, parece regressado após longa ausencia. Novamente a personagem chama-se Mário (tal como em “Alice”), mas desta vez encontra algo, talvez não o que procura.
Mais uma vez deparamos com uma contenção narrativa e técnica que nos transportam para um filme formalmente refrescante, apoiado num sólido e destruidor under-acting de Gonçalo Waddington, “Um Ano Mais Longo” mostra-nos uma mesma Lisboa obscura, mas saindo das veias e artérias principais que percorria em “Alice” e caminhando ainda mais para o seu interior, para uma Lisboa ainda mais incognita e irreconhecível e mais uma vez sem mostrar uma identidade Lisboeta. Será que ainda existem Lisboetas?

Após estes curtos 30 minutos de deleite (apesar das más condições de exibição no Festival de Cinema Luso-Brasileiro da Feira), resta dizer que por certo Tonino Guerra não terá dado por tempo perdido a sua colaboração com o novo talento do cinema português que ao que tudo indica irá resultar num novo trabalho, neste caso no formato de longa metragem. O previlégio foi de ambos e ainda bem para nós.

Resta-me pedir encarecidamente que esta “curta-metragem” (bela obra cinematográfica), não caia no esquecimento a ganhar pó numa gaveta qualquer como tantas outras que por aí passam.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Festival Internacional de Cinema de Arouca
VENCEDORES




Melhor Filme – Lousa de Ouro
Almas Congeladas
Realização: Joana Macias
País: Espanha


2ª melhor filme – Lousa de Prata
Wolf
Realização: Juraj Kubinec
País: Eslováquia


Melhor filme Ficção
37ºC
Realização: Tâmara Sulamanidze
País: Geórgia


Melhor Filme Animação
História da Borracha
Realização: Éric Blésin
País: Bélgica


Melhor Filme Documentário
Estados da matéria
Realização: Susana Nobre
País: Portugal


Melhor Filme Experimental
Lugar Comum
Realização: Verónica da Costa
País: Portugal


Melhor Realização
As Febras de Jesus
Realização: Pedro Manuel Dias
País: Portugal


Melhor Argumento
Sideway
Realização: Tomas Janco
País: Eslováquia


Melhor Fotografia
Mau Dia
Realização: Sanguenail
País: Portugal


Melhor Montagem
Detail
Realização: Ana Maria Carneiro
País: Portugal



Melhor Som
Deu no Jornal
Realização: Yanko Del Pino
País: Brasil


Melhor Representação
Actriz principal do filme Serei o teu espelho
Realização. Pedro Rocha Nogueira
País: Portugal


Melhor Filme Nacional
Estados da Matéria


Melhor Filme Internacional
No Buraco
Realização: David Martin de Los Santos
País: Espanha


Menção Honrosa
A Flor da Tela
Realização: Cinema de Poesia
País: Brasil


II Menção Honrosa
Caixa Postal
Realização: Vanderley Timóteo
País: Brasil


Prémios do Público

1º Melhor Filme
37ºC (Geórgia)

2º Melhor Filme
No Buraco (Espanha)