quinta-feira, setembro 29, 2005

"Red Eye" de Wes Craven

Após os problemas de produção de "Cursed", que em Portugal foi lançado directamente para vídeo, Wes Craven volta a "agarrar" um género no qual já tem provas dadas, a série B.
"Red Eye" não é nada mais que um simples e em grande parte eficaz exercício de suspense e ritmo. Não existe nada de excessivamente deslumbrante na nova obra de de Craven, e muito menos de original, mas marca a mudança e um novo olhar de Craven e possivelmente do cinema do género em Hollywood.

Os “exercícios” cinematográficos com base no suspense têm tido como pano de fundo espaços claustrofóbicos, recordo ultimamente “Phone Booth” e até “Panic Room”, ou algo que Alfred Hitchcock já havia experimentado em “A Janela Indiscreta”, embora em conceitos e técnicas totalmente dispersas.

E é a experiente mão de Wes Craven, recorrendo apenas ao essencial, cria fabulosos ambientes, e sempre com um poderosas tomadas de vista, que se torna um dos poucos trunfos desta sua obra, pois na verdade os trunfos não são muitos, o argumento é limitado e por momentos não permite uma evolução, (mais precisamente nos ultimos 15 minutos) digna da sequência inicial e do desenvolvimento da acção.

Na verdade “Red Eye” é um filme bastante humano, em que os medos e frustrações são uma constante. Para isso muito contribuiram Rachel McAdams e Cillian Murphy. Rachel McAdams completamente exposta aos seus medos e de uma fragilidade impressionante... o seu futuro adivinha-se promissor, e depois Cillian Murphy, neurótico ou psicótico, por momentos assustador e intimidador com os seus maneirismos. Interessante mesmo o facto de o filme acabar de perder força num momento em que Cillian Murphy se “apaga” um pouco.

Longe de ser um grande filme, “Red Eye” é uma interessante lição de suspense e de contenção de custos de produção, em que nada está a mais e apenas está o que é preciso... pena mesmo só o final, já visto na filmografia de Wes Craven (“Scream”) e que em vez de um climax, acaba por funcionar ao contrário e “Red Eye” acaba mesmo por perder a sua força.

NeTo – 5/10

terça-feira, setembro 27, 2005

"Fantastic 4" de Tim Story

Num ano em que as adaptações de BDs aos grandes ecrans têm sido interessantes, como no caso de "Sin City", ou até no competente renascer de Batman, em "Batman: O Início", chega-nos agora mais uma adaptação de uma BD da Marvel.
Agora é a vez da "família" Fantastic Four, ou Quarteto Fantástico... que como todas as famílias tem os seus problemas, sendo que nesta adaptação cinematográfica, os problemas são mais que muitos.

Desde logo todo o lado familiar inerente a este quarteto foi esquecido, e afinal de contas era essa relação familiar que tornavam os Fantastic 4 diferentes de qualquer outro grupo de super-heróis... o que Stan Lee tão bem criou, foi completamente destruido por produtores famintos de dólares e por um realizador, que se limita a captar as imagens, sem qualquer intuíto inerente.

Em boa verdade, "Fantastic 4" é um filme em que facilmente percebemos que foram muitas as barreiras criadas em volta do processo criativo dos argumentistas, por momentos assistimos a momentos interessantes, não fossem esses momentos completamente fragmentados por uma narrativa que preveligia os efeitos especiais.

Desde logo, "Fantastic 4" é uma adaptação falhada, desde a escolha do realizador até ao elenco, do qual apenas a arrogância e o humor desmedido de Chris Evans na interpretação de Jonnhy Storm (Tocha Humana), salva a espaços esta adaptação, pesarosa e incompetente de um trabalho de Stan Lee.

Mais um "blockbuster" que nem entretenimento consegue oferecer.

NeTo - 2/10

P.S. - Pois é voltei mais cedo. ;)

sábado, setembro 17, 2005

REGRESSO PREVISTO
30 de Setembro

domingo, setembro 11, 2005

"Os Fura-Casamentos" de David Dobkin

Tentando reduzir "Wedding Crashers" a uma simples sinopse, poderemos dizer que narra as aventuras de dois amigos que se "infiltram" nos casamentos alheios, independente da diferença cultural, para conquistar miúdas e alimentarem-se sem qualquer encargo, até que um dos ultimos eventos a que assistem não corre como pretendiam.

É verdade que o desenrolar do filme não é de todo imprevisível e muito menos totalmente original, mas tem o pleno mérito de alimentar a alma do espectador com competentes momentos de comédia, desde física, popular e até aquela a que chamamos de "humor inteligente".é decididamente uma comédia de adultos em tons juvenis, tem os seus momentos de romance (sem grandes preocupações), tem as suas questões sobre o amor (sem grandes exageros e sempre pouco lamechas) e depois tem um dupla de protagonistas fantástica, Owen Wilson e Vince Vaughn.

Na boa verdade Owen Wilson, sempre se mostrou bastante competente no seu papel de "galã" (?), e Vince Vaughn vem mostrando-se como uma das surpresas no mundo da comédia e quem sabe para além deste género. Juntamente com Will Farrel, Vaughn é dos actuais comediantes aquele que mais destaque merece.

"Wedding Crashers" alimenta-se acima de tudo da astúcia e química da dupla de protagonistas e do restante e competente elenco, é sempre bom ver aquele ar paternal e contido de Christopher Walken, ou os exageros cómico bem lá para o final de um excelente comediante, o qual não vou referir o nome para não estragar a surpresa.

Se durante o ano todas as comédias eram mediocres, "Wedding Crashers" tem pelo menos o mérito de levantar a auto-estima e acima de tudo de fazer durar o sorriso no rosto de qualquer espectador, é um filme competente, mas com medo de se elevar a outro nível, é um filme despretencioso mas onde não fazia mal um pouco de pretenciosismo, que fugisse a uns pequenos clichés finais e que não tornassem o filme tão pesado durante os ultimos 20 minutos que acabam por provar que, a duração de "Wedding Crashers" é excessivamente longa, embora o despretenciosismo e o facto de gozarem com o próprio filme, quando ma persoangem afirma que a sua acção é um total "cliché" acaba por se tornar um interessante gag.

Misturando diversos tipos de comédia e dois actores distintos, "Wedding Crashers" acaba por ser das mais agradaveis comédias do ultimo ano, sem nunca descuidar a sua narrativa e muito menos as suas interessantes personagens.

NeTo - 7/10

sexta-feira, setembro 09, 2005

"À Boleia Pela Galáxia" de Garth Jennings

Garth Jennings (realizador de videoclips... "Cofee and TV" dos Blur), apresenta-se ao comando de um filme de alto risco. "À Boleia peça Galáxia" é a adaptação cinematográfica da obra literária ciêntifico-cómica, "The Hitchhicker's Guide to the Galaxy" de Douglas Adams, recheada de humor absurdo, ou non-sense se preferirem, um género humorístico que se tem vindo a perder com o decorrer do tempo, mas que facilmente e inteligentemente ocupa o seu espaço e tem qualidade para adquirir o seu publico.

Desde o início, desde o fabuloso genérico inicial, onde o golfinhos ganham particular destaque, tudo começa a remeter as memórias do espectados para o universo de Monty Python... a composição musical é digna de qualquer obra do grupo britânico.

Mas estar a comparar e a tentar reduzir "À Boleia Pela Galáxia" a uma mera comparação com a obra dos Monty Python, é algo bastante injusto, pois Garth Jennings agarrando na obra literária de Douglas Adams, apresenta-nos uma sátira à vida universal, uma paródia galáctica, comédia espacial e até, um drama existencialista, ou questões existencialistas, disfarçadas por uma máscara cómica.

O filme levanta algumas questões interessantes e como podia ser... não responde a nenhuma delas, aposta mesmo no absurdo, numa tortura que se resume à leitura de poesia por um extraterrestre ou ao facto de o unico ser não orgânico, ser aquele que é mais deprimido, emquanto humanos e seres biológicos são possivelmente as criaturas mais absurdas e divertidas do Universo.

A dar corpo às personagens temos Martin Freeman, Mos Def, Sam Rockwell, Zooey Deschanel e como voz do robot deprmido Alan Rickman. Se no meu entender Martin Freeman é um actor sem carisma, Sam Rockwell é um actor que o tem em grande escala e que mais uma vez nos apresenta um constante overacting, ao seu bom estilo. Mas possivelmente a mais marcante personagem do filme será sem qualquer tipo de dúvida, Marvin, o robot, com uma imagem claramente inspirada em "Star Wars", com uma caracterização psicológica nada habitual e ainda mais com a voz de Alan Rickman a elevar a personagem, a uma das mais deprimidas e divertidas personagens deste género.

É verdade que é divertido, que a grande parte de gags são inteligentes e pertinentes, mas o que é certo, é que é uma história desconexa, onde aparecem e desaparecem personagens e onde aquele lado romântico surge sem um grande suporte... ou seja o ridículo serve de suporte a tudo, e acaba por perder algum interesse a espaços.

Será bem vinda uma sequela, assim como será bem vinda uma descoberta da obra literária de Douglas Adams.

Neto - 6/10

quinta-feira, setembro 08, 2005

PORQUE É QUE...

...acho que vou estar ausente durante uns tempos?
Pois é vou estar ausente, não sei por quento tempo e nem mesmo posso afirmar se não terei um tempinho para vir dar uma pequena actualização a este "espaçozito". Não são férias... será mais trabalho.
Um até sempre e já agora... façam favor de ver filmes e de dar uma opiniões sobre filmes a ver.

Cumprimentos a todos.

terça-feira, setembro 06, 2005

"Amor de Verão" de Pawel Pawlikowski


"Amor de Verão" é uma das mais aclamadas obras do actual cinema independente britânico.
Pawel Pawlolikowski tenta retratar a evolução da relação e descoberta sentimental e psicológica de duas jovens totalmente distintas e provenientes de meios sociais distintos.

Por momentos interessante, mas outros momentos existem em que tudo é quebrado. A ligação emtre o drama em si e toda a "sátira" existente nem sempre é bem conseguida, por momentos temos receio de largar a gargalhada, pois não é de todo perceptível o que nos é pretendido mostrar.
Pawel Pawlolikowski, tenta inserir algo novo, uma marca, mas nunca tem a coragem para se transcender um pouco e o que era prometido no início acaba por ser uma enorme monotonia o desenrolar da acção.

"Amor de Verão" acaba por ser uma interessante abordagem às relações de amizade, amor e até religiosa da nossa actualidade. Somos frequentemente remetidos para a tempestade emocional e física de cada uma das personagens, desde a "relação lésbica" das duas personagens principais, até à rendição e a venda da alma à religião da personagem de Paddy Considine ("Na America"), um actor que cada vez se afirma como um dos grandes talentos da actualidade.

Sem muito para ser interpretado, "Amor de Verão" acaba por ser uma obra interessante onde a hipocrisia sentimental e social impera, sem ser uma grande obra é acima de udo desiquilibrada e por momentos desorgnizada, mas que acaba por merecer um certo destaque neste ano em que o cinema independente se tem mostrado a um nível agadável.

NeTo - 5/10

sexta-feira, setembro 02, 2005

"Alone In The Dark" de Uwe Boll


Na altura do lançamento nos nossos cinema de "A Ilha" de Michael Bay, um pouco por todo o lado começaram a aparecer comentários e opiniões sobre a decadência em que os filmes de acção de Hollywood parecem cair. Mas na verdade tais comentários deveriam ter aparecido antes, na altura de lançamento de "Alone In The Dark- Sozinhos no Escuro".

Que Hollywood tem a constante necessidade de "renovar" géneros, não é novidade nenhuma, que a acção de hoje em dia passa por momentos complicados, também não será novidade alguma, mas que para criar novos conceitos de acção se rejeite O CINEMA, isso para mim foi uma grande novidade.

Foram algumas as adaptações de video-jogos ao grande ecran, umas muito más e outras apenas más... até Uwe Boll nos apresentar duas adaptações de video-jogos de sucesso, primeiro foi "House Of The Dead" e agora "Alone In The Dark", para já no futuro nos preparar mais um, "Far Cry".
Se algum "mérito" Uwe Boll tem, é o facto de ter conseguido produzir e realizar os dois piores filmes que tenho memória de ver.

"Alone In The Dark" sendo um pouco melhor que "House of The Dead", consegue ser uma bela aula de cinema, ou melhor uma aula de como não fazer cinema... desculpem eu tou a chamar cinema a isto, porque tem imagem e som, mas na verdade é um verdadeiro filme amador, sem o minimo de solidez, sem actores, sem argumento, sem preocupação tecnica e estética e com uma banda sonora escolhida por uma "metaleiro wanabbe" com 13 anos.

O que mais me preocupa é o facto de Uwe Boll ter meia duzia de projectos já em mãos e uma produtora sua, para realizar os seus caprichos e fétiches aparvalhados, e mais uma vez afundar o cinema de acção/ficção.

Na verdade gostaria de falar mais sobre este filme, mas não existe mais sobre o que falar... posso dizer que tem Christian Slater como herói (ou melhor como corpo, porque de resto não sei o que lá anda a fazer), tem uma Tara Reid que anda para lá a passear à frente da câmara, e tem possivelmente a mais ridícula relação amorosa... se não a mais ridícula, a mais forçada e inesperada, que é acompanhada pela música, "Seven Secons" de Youssou Ndour / Neneh Cherry... um desperdício total que deve fazer corar os criadores da música.

Chamar parvo a Uwe Boll é pouco, por isso dirijo o termo PARVO, para quem se dá ao trabalho de comprar os direitos desta película e estreá-la em Portugal, filmes melhores do que este, fazem-se às dezenas ou centenas (contando com curtas) pelo nosso país.

Resta-me esperar que Hollywood abra os olhos e que o publico americanos que alimenta os bolsos e o ego de Uwe Boll, acordem e que "corram a pontapé" gente desta do cinema.

NeTo- classificação não atribuida... atentado ao cinema.

P.S. - Se Edward Wood Jr. é o pior realizador de todos os tempos, então preparem-se porque está prestes a perder o "título", Uwe Boll é um sério candidato.