quarta-feira, junho 29, 2005

"Batman: O Início" de Christopher Nolan

por: NeTo

Pegando em duas figuras do cinema "indie", Christopher Nolan (realizador) e Christian Bale (actor), Hollywood tenta remover das cinzas a saga Batman, que havia sido enterrada e esquecida, devido ao fetichismo exagerado de Joel Schumacher em "Batman & Robin" e Batman Forever" em que de ambos os filmes, muito maus, se salva apenas Jim Carrey.

Oito anos passados, voltamos a ter o Homem-Morcego nos nossos ecrans, e embora possa saber a pouco "Batman: Begins" não deverá de todo ser considerado uma desilusão, será mais um filme que não provoca uma satisfação completa.
Foi com alguma surpresa que me deparei com um filme "pouco explosivo", para o que o trailer apontava, na verdade existe bastante contenção, basta observar os minutos em que se apresenta Bruce Wayne, antes de "descobrir" Batman, e reparamos que existe uma tentativa de exploração de conflitos interiores, de medos, que Nolan já havia feito em "Insomnia". Para isso Nolan, conta com Christian Bale que sem a máscara será o melhor Batman possível, mas após a colocação da máscara e a "pouco convencional" alteração de voz, Bale perde a força e a figura de Batman também. É ao ver o Homem-Morcego que as saudades de Michael Keaton e o seu Batman depressivo.

Ao falar de Batman, quase será impossível não recordar a "negra poética" e a linguagem metafórica de Tim Burton em "Batman" e principalmente em "Batman: Regressa", e a verdade é que "Batman: Begins" apesar de muito longe de ambos "Burtmans", deve ser visto como um interessante início e renascer da figura mais negra das BDs.

Onde estão os grandes pontos fracos deste filme de Christopher Nolan, é mesmo nas sequências que ainda não tinhamos visto qualquer registo da sua parte, a pura e brutal acção. E Nolan falha, apontando que é um realizador mais contido e o que me leva a crer que tais sequencias de acção só ocorreram por imposição de produção. Nolan apostou em planos demasiado próximos e curtos, deixando ao espectador uma imensa confusão e nenhuma compreensão da sequencia de pancadaria. Ao que sei foi utilizado uma nova arte marcial no filme, mas a mim apenas me pareceu uma mera luta de bairro.

Depois como não podia deixar de ser, num "blockbuster", as estrelas são muitas, mas curiosamente, não são só figuras bonitas, para encher de curvas o cartaz... já falamos em Christian Bale que está presente e não compromete nem desonra a figura de Batman, temos ainda um Morgan Freeman sem grande espaço, um Michael Kane repleto de familiaridade, numa personagem de imenso requinte, Tom Wilkinson do pouco que mostra era uma personagem para levar mais fundo, Liam Neeson juntamente com Cillian Murphy deixam a desejar, assim como Kate Holmes, mas neste caso mais pela pouca evidencia do argumento que não leva a relação da sua personagem com Batman a parâmetros de complexidade que seriam desejado, tudo parece excessivamente superficial e para o final guardo uma actor que me enche as medida, Gary Oldman, muito famoso pelo seu "over-acting" que aqui num registo mais "under-acting" mostra ser um dos mais fabulosos e multifacetados actores em actividade, fantástico.

Mas apesar de tudo o argumento peca na parte "pós-Batman", tudo aos empurrões, um desenrolar previsível e a nível científico não sei até que ponto a correcção existe, ora vejamos, a máquina que foi retirada à Corporação Wayne, libertava micro-ondas, ou seja micro-ondas apenas actuam sobre moléculas de água, o corpo humano é constituido por 70%de água... o que aconteceria a um corpo que estivesse em contacto com as micro-ondas libertadas? (corrijam-me se tiver errado).

Na verdade é realmente um início que promete, mas não cumpre na sua totalidade, fica quase certa uma continuidade com um vilão já visto em "Batman" de Tim Burton, o JOKER (um enorme Jack Nicholson), e tal ideia assusta-me... pelo facto de ser um pequeno passo rumo à desilusão.
De qualquer maneira "Batman: Begins", lança novamente Batman, e aproximam-se confrontos com X-Men e SpiderMan, possivelmente com vantagem para Sam Raimi e o seu SpiderMan, mas quem sabe se com Nolan a comandar Batman, não temos a tão desejada poética negra, ou um sentimentalismo negro a crescer em Gotham City.

NeTo - 5/10

Na verdade, falta Gotham City a este filme.

sábado, junho 25, 2005

"Rollcamera e o valor do IVA"

Actualmente estamos a viver num momento que se fala em crise a todos os níveis. Portugal encontra-se na cauda da Europa e a caminho da cauda do Mundo. Crise económica, crise cultural, crise europeia, resumindamente Portugal quase que passa a sinónimo de crise.
Para combater a crise económica, o actual governo, viu-se quase que obrigado a aumentar os imposto sobre tudo e mais alguma coisa... mas terão sido feitos da melhor forma? Quais os impactos na sociedade?

Aqui apenas vou falar do aumento do IVA na compra de DVDs, Livros e CDs, porque tudo o resto afasta-se da temática deste blog, porque senão teriamos muito para escrever.

Pois é verdade que apartir de agora teremos que pagar uma taxa de imposto IVA de 21%, ao adquirir um mero DVD, um livro ou um CD. Eu por acaso, até perceberia tal atitude, mas não da maneira que está a ser feita. Embora não tenha a informãção concreta sobre se haverá alguma alteração brevemente, sei que nos antigos escalões de IVA ir a um jogo de futebol, ou ir ver um filme a uma sala de cinema era coberto por uma taxa de IVA de 5%, enquanto que comprar um DVD, IVA = 19% (agora passará aos 21%).
Será que ao ir ao cinema vou continuar a pagar a taxa de 5%, se sim, algo estranho está a acontecer.
É que os senhores do governo, podem ter acesso a todas as formas de cultura que os involvem, mas o povo não, e depois o povo português "é inculto" e coisa e tal.
Livros, CDs e DVDs, não são parte integrante da alimentação culturar e emotiva de uma pessoa?
Porquê ir a um cinema pago 5% e compra um DVD que por vezes tem uma edição miserável, tenho que pagar como um bem de luxo (21%), os senhores ministros devem achar que a cultura não será um bem essencial a todo o povo... é so para eles?
Já que se pegar no exemplo do futebol, em que clubs devem fortunas ao estado, e ainda são levados ao colo, quando sobre o preço dos bilhetes levam 5%.

Vendo bem a situação, cada vez mais o povo terá de se restringir das coisas, e cingir aos bens essenciais à sua vida, e a cultura e a educação não deverão ser, pelo menos pelo que o governo dá a entender.
Existem muitos meios de rentabilizar "as fortunas", será que ao diminuir o IVA de CDs, Livros e DVDs, o povo não compraria em maior numero, e por sua vez as receitas seriam compensadas? Afinal de contas o povo procura o mais barato, ou não estamos nós de tanga.
Mas com tudo a subir, mal resta dinheiro para comer, e para quê estar a gastar dinheiro a ir comprar Cds, Livros e Dvds, o povo em parte até deixa de ir ao cinema.

Resta pensar sobre a situação e tentar perceber se será justo afastar o povo da cultura e da informação. Mas para não me limitar a criticar, posso lançar uma ou outra solução que permitiria uma entrada de MUITO dinheiro fresquinho, para o bolso dos senhores governantes. Espero não escandalizar ninguém, mas a legalização da prostituição seria uma dessas atitudes a tomar, seria melhor a nivel social, que teriamos a situação controlada e fiscalizada evitando doenças e situações de risco, por consequente mais segurança, e claro muita entrada de dinheiro através de impostos... espero que todos compreendam, mas a maioria dos países da Europa adopta esta situação e não se deram nada mal com isso.

A mim pessoalmente custa ver que cada vez mais tenho dificuldade em adquirir um DVD, ou um Livro... possivelmente farei e ajudarei a aumentar os numeros da pirataria.

Por favor senhores.... ACORDEM


P.S. - Desculpem este meu devaneio ;)

"Uma Boa Companhia" de Paul Weitz

por: NeTo

Paul Weitz é o mesmo senhor que esteve por detrás de "American Pie"?
É uma questão interessante, porque se pensarmos no primeiro episódio da "saga", o unico mérito que lhe poderemos encontra, é possivelmente o "renascimento" do cinema juvenil, ou do cinema sustentado na sexualidade dos jovens. Porque de resto era um filme inconsequente.
Agora Paul Weitz, depois de "About a Boy" (que não vi, mas fiquei curioso), apresenta-nos "Uma Boa Companhia", uma comédia que não se sustenta tanto da piada fácil, mas de um humor proveniente de procupações, de reacções internas das magníficas personagens.

Dan Foreman (Dennis Quaid), é o responsável do departamento de vends da revista "Sports America". A sua confortável vida vai ser perturbada quando a revista é compradapor uma nova "companhia"e depressa coloca Carter Duryea (Topher Grace), de apenas 26 anos, no lugar de Dan. Apartir daqui é acompanhar os problemas de ambos. Dan tem uma hipoteca, duas filhas adolescentes, e a esposa está grávida, e claro é despromovido. Tom, vê a sua esposa abandona-lo. Sente-se só e num grande momento de comédia, leva a serio um momento satirico de Dan e vai jantar a sua casa e acaba apaixonado por Alex (Scarlett Johansson), uma das filhas de Dan.

Apartir daqui é ver a inteligencia, a subtileza e a mestria de Paul Weitz, a abordar esta comédia social repleta de momentos melancólcos e confrontos sentimentais.

Mas nem só do excelente trabalho do realizador vive o filme, as personagens são coesas, para isso contando com um elenco fabuloso que preenche as medidas de tal conflito geracional. Topher Grace, Dennis Quaid e Scarlett Johansson formam o triangulo no qual acenta todo o conflito, sendo que a personagem feminina é só o elo de ligação entre o dramatismo envolvente na relação de Topher e Quaid, daí parecer que a relação "amorosa" entre as personagens de Topher e Scarlett, parecer demasiadamente superficial... mas porque não dizer prepositadamente superficial, afinal não é essa relação amorosa que está em causa, mas sim o grande sentimento (primeiramente o confronto) que unirá as duas personagens masculinas, que fará com que ambos se revejam como "uma boa companhia".

"Uma Boa Companhia" é um filme bastante interessante, uma comédia ligeiramente tocada pelo romantismo clássico de hollywood. Mas apesar de tentar fugir a todo o custo dos clichés, perto do fim tal foi impossível de evitar, mas de qualquer maneira estamos perante uma comédia sóbria, que nos proporciona agradáveis momentos de cinema.

NeTo - 8/10

Paul Weitz conquistou a minha atenção.

quarta-feira, junho 22, 2005

ROLL CLIP
apresenta
Bjork - It's Oh So Quiet

É possivelmente um dos mais interessantes videoclips que já vi em termos tecnicos e em "quebrar" as regras (se é que existem!?!) da grande maioria dos videoclips existentes.
Quando se pensa em videoclip, associa-se rapidamente o rápido ritmo de corte, planos muito curtos e movimentados, mas neste caso temos algo muito raro, no mundo dos videoclips.
Desde o inicio da musica até ao seu final, quatro minutos são corridos e apenas 13 planos são perceptiveis (possivelmente mais 3, mas esse escondidos pelo movimento), o que na verdade são muito poucos planos para um videoclip.
E a musica até é bem ritmada, com alguns momentos de calma, onde imperam os planos sequencia em ligeiro "slow motion" que criam uma especie de leveza à melodia, mas que logo de seguida explode para um ritmo e para um movimento digno dos grandes palcos da Brodway.
E bem no final, temos um dos mais belos planos finais num videoclip.
Realizado por Spike Jonze, possivelmente um dos mais "narrativos", mas ao mesmo tempo louco e genial, criadores de video-clips, "It´s Oh So Quiet" é um video musical fabuloso, com coreografias lindíssimas recordando em momentos os clássicos mosicais de Hollywood.

ROLLCAMERA
apresenta
Jim Jarmush


por: joseOl


Jim Jarmusch é um dos grandes poetas do cinema americano das duas ultimas décadas e tal, um cineasta de culto com uma legião de admiradores, no entanto em Portugal por exemplo poucos o conhecem….é um cineasta lancinante, uma voz única, cada filme seu é um choque estético e libertador, um daqueles artistas que não fazem um filme a pensar no mercado, ou que o formatam de modo a render mais dinheiro…a descobrir rapidamente.

Vários foram as alcunhas que lhe aplicaram desde a sua primeira longa-metragem “Permanent Vacations” (1980), realizada como projecto final do curso de cinema em Nova York., desde o inventor do chamado cinema independente surgido por esta época no urderground Novayorkino, até ao rei da coolness…
“Permanent Vacations”? Foi a sua longa-metragem numa altura em que os estudantes de cinema praticamente não faziam longas-metragens paga com o dinheiro das propinas – o que lhe valeu a não atribuição do diploma – de um jovem que tinha estudado literatura, e tinha descoberto o cinema na cinemateca de Paris, e que lançava as bases de todo o seu cinema posterior…era a história de um jovem perdido numa grande metrópole, sem nada para fazer…ai começavam a nascer os loosers e os marginais que marcariam obras de culto como “ Stranger than Paradise” ou “Down by Law”, e que foi bem mais apreciada na Europa.
Foi em Paris que Jarmusch descobriu nomes como Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchii, Robert Bresson, Nicholas Ray, John Cassavetes ou Jean Pierre Melville entre outros, o que marcaria para sempre o seu cinema poético, de um minimalismo arrebatador e de uma beleza seminal e imporia algumas marcas do seu cinema como o uso do preto e branco e a narrativa de absoluta liberdade.
Depois da obra inicial foi assistente de realização de Wim Wenders em “Lightning Over Water”, obra de homenagem ao mestre Nicholas Ray.
E foi precisamente Wenders, que tinha sido seu professor que cedeu a Jarmusch alguma película não exposta do seu filme “The State of Things” para realizar “Stranger than Paradise” com John Lurie que ganharia a câmara de ouro em Cannes e lançaria definitivamente o culto a Jarmusch., com toques de roadmovie, e já com o olhar estrangeiro sobre a América como aconteceria pouco depois em “Down by Law”, onde participavam Tom Waits e um tal Roberto Begnini ou ainda em “Mistery Train” homenagem peculiar a Elvis Presley.
Realizou um dos mais belos filmes da década de 90, o metafísico “Dead Man”, onde um fabuloso Johnny Deep era “transformado” em William Blake, o poeta, ou ainda esse fabuloso Western pós-moderno em que Forest Whitaker vivia segundo as regras dos samurais chamado “Gohst Dog”.
Este ano realizou “Broken Flowers” onde participaram uma autêntica constelação de estrelas liderada por Bill Murray, e que ganhou o Grande prémio em Cannes, contando a história de um homem que ao receber uma misteriosa carta fica a saber que poderá ter um filho, indo á procura de pistas e ai reencontra-se com as mulheres da sua vida….
Um cineasta completamente á margem de tudo, sem concessões, que pratica um cinema absolutamente livre…ou seja, absolutamente a descobrir! – Descubram-no!


FILMOGRAFIA:

- "Broken Flowers" (2005)
- "Coffee & Cigarettes" (2003)
- "Ten Minutes Older: The Trumper" (2002)
- "Ghost Dog: The Way of the Samurai" (1999)
- "Year of the Horse" (1997)
- "Dead Man" (1995)
- "Coffee & Cigarettes III" (1993)
- "Night on Earth" (1991)
- "Mystery Train" (1989)
- "Coffee & Cigarettes II" (1989)
- "Down by Law" (1986)
- "Coffee & Cigarettes" (1986)
- "Stranger Than Paradise" (1983)
- "The New World" (1982)
- "Permanent Vacation (1980)

terça-feira, junho 21, 2005

"Um Tiro No Escuro" de Leonel Vieira

por: NeTo

No aeroporto do Rio de Janeiro uma bebé uma hospedeira da TAP. Passados dois anos, a mãe biológica procura a criança em Portugal vivendo com o trabalho num bar de strip-tease à noite, passando o dia no aeroporto na esperança de reencontrar a pessoa que lhe retirou a filha. A sua vida é alterada quando é despedida, e acaba por se aliar a um bando de assaltantes de bancos. É nesta relação com bandidos que se cruzará com um polícia que tem algo importante a esconder e que a puderá guiar ao paradeiro da sua filha.

Tudo levava a crer que o realizador Leonel Viera (possivelmente o mais "comercial" realizador português) tinha em "Um tiro no Escuro", uma forte possibilidade de aproximar o publico com o cinema Português. Mas a verdade é que "Um Tiro No Escuro" acaba por ser um valente «tiro no pé». É uma história confusa, repleta de clichés e personagens esteriotipadas. Na verdade é uma tentativa de fazer um filme para um publico, mas de uma forma tão gasta que cansa.

As personagens são superficies "carnais" que sustentam parte da acção, apenas Ivo Canela, tem algo de diferente a mostrar, mesmo sem ser excepcional. A relação, ou pseudo relação amorosa de Filipe Duarte e Vanessa Machado, é para encher pelicula... e Joaquim de Almeida, coitado nem deve saber porque se meteu ali ao barulho.

Sem qualquer interesse a nível de argumento, apenas resta salientar que Leonel Vieira utilizou tudo o que podia para tornar o filme em algo "comestível" pelo público... mas nem as gruas lhe valeram.

A banda sonora em momentos chega a irritar, não sei em que género se pode inserir tal musica que acompanha uma perseguição durante o filme. Chega a ser ridiculo.
Só a musica final que acompanha o genérico pode ter algum interesse, ou não fosse eu fan de "Toranja".

NeTo - 4/10

"Mr. & Mrs. Smith" de Doug Liman

por: NeTo

John e Jane Smith são um casal pelo matrimónio. Mas ambos não se dão a conhecer verdadeiramente. Na verdade ambos, são excepcionais assassinos que trabalham para organizações concorrentes e competitivas. Até que um dia a sua missão é terminar com o companheiro/a.

Com esta premissa e com Angelina Jolie e Brad Pitt a encabeçarem o cartaz, "Mr. & Mrs. Smith" só poderia ser uma coisa, puro entretenimento. E na verdade é que cumpre. Não vale a pena levar grandes intelectualizações para dentro da sala de cinema, é preferível levar a vontade de se divertir durante a ligeiramente longa duração do filme.

Doug Liman faz o que lhe compete, ritmo, explusões, muitos tiros, emensa sensualidade e o melhor, um humor bastante agradável e com um timming perfeito. Não será possivel ficar indiferente ao momento de "introspecção" da relação, que inicia e finaliza o filme. Assim como os constrangedores momentos de silêncio que acompanham a acção, acentuando a boa disposição e os sentimentos de tensão das duas personagens.

E é assim, não havendo muito por onde pegar neste "Mr. & Mrs. Smith", a verdade é que cumpre aquilo que era pretendido, é um filme despretencioso, que não pretende ser grandioso e isso conta muito a seu favor.

Simples e eficaz... e a formula resulta num filme, que apesar de agradável, não é um filme para a eternidade e muito dificilmente para rever.

NeTo - 5/10

quinta-feira, junho 16, 2005

"Sin City" de Frank Miller & Robert Rodriguez

Acabou de chegar o filme que mesmo antes da sua estreia já tinha uma legião de fans à sua espera. "Sin City" é adaptação da BD de Frank Miller com o mesmo título. Mas será que adaptação será o termo correcto a aplica, visto que cada plano corresponde a cada quadradinho da BD original?
O filme apenas cria movimento, cria um espaço perceptível e cria um mundo "tridimensional" que na Banda desenhada não existia, respeitando "todas" as caracteristicas gráficas e grande parte dos diálogos, assim a adaptação surgiu apenas no facto de variar a linguagem. Temos como ponto de partida a linguagem proveniente da BD (literária) passada para uma linguagem cinematográfica (imagem e som).

"Sin City" é uma tem o seu ponto máximo de interesse no seu arrojo visual, um "black & white" intenso e contastado, com pequenos rasgos de cor, que acentuam esses mesmos contrastes. É fabuloso todo o trabalho de iluminação, e sendo o preto e branco tão complexo a nível de conseguir profundidade visual, pelo menos esse cuidado foi tomado, as figuras e os "cenários" (digitais) estão fabulosamente iluminados, nunca se escondendo mutuamente.
Assim penso não ser totalmente errado, afirmar que "Sin City" é um filme de contrastes, desde logo as cores se realçam como poto mais visível, mas depois muito mais marca essa marca de opostos, existe uma sensualidade contrastante com a brutalidade, o amor e a pura e cruel violência, os contrastes sociais (prostitutas, clero, polícia e política) e até a nível de personagens encontramos um contraste acentuado, nem que seja pelo facto de ambas serem bastante diferentes ou pelo facto de os nossos protagonistas, serem "anti-heróis" são homens crueis, regidos pela violência mesmo quando perseguem o amor. E claro o maior contraste que se encontra em relação a "Sin City" são as opiniões do público... afinal "Sin City" parece que é aquilo que pretendia ser. É um filme diferente, que para bem ou para mal tranformará o cinema, apartir de agora não será de estranhar o surgimento de novas obras que tentem "imitar" algo deste filme.

Podemos dividir "Sin City" em três histórias diferentes, cada uma com o seu "protagonista", Hartigan (Bruce Willis), Marv (Mickey Rourke) e Dwight (Clive Owen), todas elas acompanhadas por uma voz-off que nos permite "interagir" mais profundamente com o interior de cada personagem e descobrir as suas motivações, e se assim não acontecesse o ritmo a que se desenrola a pelicula não nos iria permitir absorver algo de cada uma das personagens. Esses "monólogos" marcam alguns belos momentos criando um clima ainda mais denso em volta da acção.
Considero que cada uma das histórias terá o seu ponto de interesse, mas permitam-me realçar a que se desenrola em volta de Marv, interpretado em grande estilo por Mickey Rourke. Marv não passa de um brutamontes, com um aspecto temível, mas por numa noite descobriu algo que nunca havia tido ou sentido, o amor. Esse mesmo sentimento foi-lhe retirado nessa mesma noite, pois a mulher que lhe mostrou o amor é assassinada durante o sono. Apartir daqui é ver Marv, um impiedoso e monstruoso ser, à procura da vingança do seu "grande amor" e mesmo descobrindo a verdade sombria sobre a mulher nada muda... o seu amor o guiará à procura de vingança a qualquer preço. Na verdade é uma bela metáfora, a qual me agradou bastante, afinal no amor só importa o amor, independentemente do que quer que se passe. E para quê tratar o amor com "lamechices" (por vezes até gosto), quando se pode tornar tudo mais disfarçado e apetitoso à maior parte do publico... afinal de contas para quê esconder, o cinema hoje é uma industria a 90% e o publico é que manda.

Para isso Robert Rodriguez e Frank Miller reuniram uma grande equipa de actores, Bruce Willis tem estilo e presença, Clive Owen é um actor em explosão, Mickey Rourke está sublime como já não se via há muito tempo, Elijha Wood tem uma personagem do mais macabro que se pode imaginar, Benicio Del Toro é o que toda a gente sabe e Jessica Alba transpira sensualidade quanto baste.

"Sin City" é um filme que pretende ser "cool" e não esconde isso, sem grandes rodeios mostra rapidamente o que pretende sem querer enganar ninguém, é um filme para o publico, para entreter, mas ao mesmo tempo inovador. Já sentia saudades de ver algo diferente, e "Sin City" é algo diferente, não tentaria fazer qualquer tipo de comparação com "Pulp Fiction" ou até "Fight Club", pois concerteza iria cair no rídiculo, pois são obras de outro nível.

O grande problema de "Sin City" será mesmo a sua longa duração, após o segundo visionamento, momentos existiram em que senti que algo a mais existia no filme. Menos 20 minutos e talvez tudo se parecesse diferente.

No geral, "Sin City" é um filme bastante interessante, quer pelas suas diferenças quer pelo excelente trabalho de "autor" de Robert Rodriguez. Experimentem contar quantas vezes o nome desse senhor aparece no genérico final e digam se não merece uma palavra de apreço.

NeTo - 8/10

Claro que não podia deixar escapar o realizador convidado Quentin Tarantino, realizando um pequeno excerto da história de Dwight (Clive Owen), um dos momentos mais "loucos", bizarros e porque não macabros de "Sin City".
Já agora a banda sonora é algo de excepcional.

terça-feira, junho 07, 2005

DESAFIO


Em resposta ao Miguel Baptista ( http://miguel12.blog-city.com/ ) que me lançou este pequeno desafio, deixo aqui agora as minhas respostas:


1. Melhores Filmes dos últimos anos: (tendo em conta os ultimos 5 anitos de cinema)

"Million Dollar Baby", de Clint Eastwood
"A Vila", M. Night shayamalan
"Punch Drunk Love" de P.T. Anderson
"Despertar da mente" de Michel Gondry
"Cidade de Deus" de Fernando Meireles



2. Filme da vida (Dos que vi até agora e me recordo bem):

"City Lights", de Charles Chaplin
"Magnólia" , de P.T.Anderson
"Se7en", de David Fincher
"A Vila", de M.Night Shayamalan
"Punch Drunk Love", de P.T. Anderson
"Ed Wood", de Tim Burton


3. Actores com pujança:

Sean Penn
Edward Norton
Morgan Freeman
Clint Eastwood
Johnny Depp
Bill Murray


4. Actrizes de mão cheia:

Scarlett Johansson
Natalie Portman
Julliane Moore
Uma Thurman

Meryl Streep
Audrey Tautou


5. O meu musical: (posso escolher dois?)

"Dancer in the Dark" de Lars von Trier
"Moulin Rouge" de Baz Lurhmann


6. Realizadores com R grande

P.T. Anderson
M.Night Shyamalan
Quentin Tarantino

David Fincher
Gus Van Sant


7. Lanço o testemunho a mais cinco bloguistas:

JoseOl
Sir_blackmore
Plaka
Daniel Miguel
David Santos


P.S. - Já agora todos os que quiserem respondam. Isto tem o seu interesse.
Cumprimentos