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O MUNDO DO CINEMA (após detectar um problema ao nível dos comentários, penso que agora está devidamente resolvido e qualquer um pode agora comentar... Thanks)
e
apresentam
"DESOLO" de Realizadores da Escola Superior Artística do Porto (17’)
"Filme rodado metricamente, em 14 Magníficos Quadros Artísticos, no Alto de Santa Justa."
"O MONSTRO" de Paulo Guilherme Caldas (4’ 20’’)
"... e essa mesma luz/ que te viu nascer/agora te ilumina/nas horas tardias de um tempo/que te vê envelhecer."
"FAIXA SONORA" de José Miguel Oliveira, Ana Maria Carneiro, Luis Carneiro e Manuel Barros (5’)
"Uma faixa sonora, uma voz, quatro olhares."
"DETAIL" de Ana Maria Carneiro (2’)
"A Mulher, ferida, prepara-se para a vingança."
"A GATA BORRALHEIRA" de Sério Fernandes (3’)
"A casa de Francelos, na poética de Sério Fernandes, fechando o filme Sissa."
"A VER O MAR" de Lukas Palha Koehnke
"Gustavo está na praia a ler um livro quando ele de repente descobre uma rapariga misteriosa, que parece ter aparecido do nada
Uma viagem por tempo e espaco à procura do amor, em que ele tenta apanhar uma coisa, que não se deixa apanhar. "
"ANIMAIS" de Sérgio Cruz (2' 39”)
"Parte de uma análise coreográfica sobre o corpo humana/animal. Trata de uma ironia sobre o corpo animal, resultante de uma semana de improvisações na área da dança, em regime de residência artística."
"O OUTRO LADO" de Jorge Bernardes (5' 31”)
"Fechada num espaço desconhecido, uma jovem revive o seu passado e confronta o seu maior medo: um antigo mas presente conflito interior. Do outro lado alguém a observa."
"VEJO-TE QUANDO LÁ CHEGARES" de Filipe Henriques (14' 12”)
"O acaso reúne Baldé e Xavier, dois homens aparentemente muito diferentes e cruza os seu caminhos aliando-os de uma forma definitiva. Ainda que o primeiro impacto desse encontro tenha resultado em hostilidade (...), surge entre os dois uma curta mas significativa relação de união e cumplicidade que lhes proporciona não a resolução dos seus problemas, mas a força e a coragem para os enfrentar e ultrapassar."
"AMBULANCE" de Joana Gaio
"O OUTRO LADO" de Nuno Portugal (5')
"A polícia prepara uma operação de captura de um perigoso criminoso. No entanto, a operação começa mal desde início e um dos inspectores vê-se envolvido num surpreendente jogo de poder. A vingança é agora a sua única arma para sobreviver."
programação sujeita a alterações
“Fast Food Nation” de Richard Linklater
Onde está o herói do cinema Americano?
Richard Linklater, é aparentemente um realizador sem estilo, e em boa verdade talvez nem o tenha, mas a sua filmografia, mais recente como este “Fast Food Nation” ou “Antes de Anoitecer” e à mais antiga como “Antes do Amanhecer”, com “Escola de Rock” pelo meio, será possível reflectir sobre uma realidade não comercial, mas puramente “indie”, ao longo da obra de Linklater, e em que “Fast Food Nation” se assume como o estado completo de depuração de um estilo.
Linklater nunca fou um entusiasta pela narrativa simplista e académica, trabalhou com os próprios actores no processo de argumento (Julie Delpy e Ethan Hawke), preocupa-se mais com a forma do que propriamente com a narrativa (Escola de Rock), embora qualquer um dos seus filmes anteriores tivessem o seu quê de experimental e vivendo no interior da Industria Cinematográfica, Linklater possivelmente nunca se conseguiu impor completamente.
Agora ligeiramente fora da Indústria, o espírito “indie” e “maverick” parece manifestar-se de forma clara. Mosaíco de personagem e consequentemente mosaico narrativo, não pela
montagem, mas pela presença física. O suposto herói do filme, que no início parte em procura de respostas, desaparece ao fim de uma hora, os “mártires” são explorados pela superfície e o climax chega apenas formalmente. Não chega a existir o confronto físico entre bem e mal, entre o herói e o vilão, entre a verdade e a mentira, entre os explorados e exploradores. É iminentemente um filme descritivo, possivelmente dir-se-á documental, mas não de forma correcta, é uma opinião, é um complexo ponto de vista e completamente político, não unicamente sobre cadeias de fast-food, mas também de gestão política, abrindo espaço para uma reflexão sobre as leis de fronteira, leis de emprego e um pequeno piscar de olho aos atentados terroristas e ao medo vivido na América actual.
É um filme sem encanto, frio e cruel, que quando parece respirar alguma energia e esperança, num dos momentos mais geniais do filme, um grupo de jovens manifesta-se e tenta criar um futuro à sua imagem, mas apercebem-se e vêm retratado nos animais a apatia do mundo actual, todos estamos mal, mas nada fazemos para mudar e quem luta contra isso nunca é correspondido. É também cruel porque não procura solução, mas manifesta-as, mas existe sinal mais cruel que o confronto final, entre a cultura Mexicana que procura na cultura Americana uma vida melhor e a primeira manifestação é a Fast-Food, entramos no ciclo sem fim, na clara globalização.
Não é, nem poderá ser uma obra-prima, não é nem o quer ser, mas se o cinema não tiver esta coragem, também não vale a pena continuar. Corajoso e arrujado formalmente e anti-narratividade concreta, Linklater parece correr no caminho do experimentalismo formal que se vinha manifestando, resta esperar pela estreia de “A Scanner Darkly” (estreia que só deve acontecer... directamente para DVD), das quais as primeiras imagens são a prova concreta que Linklater é dos grandes realizadores éticos do seu cinema, forma e narrativa de mão dada.
Perdidos em Fragmentos pré-concebidos de Mundo.
“...o cinema possui a especificidade de retratar como nenhum outro média a realidade física. Todos os seus recursos (como, por exemplo a montagem), devem ser usados de modo a fazer fluir no écran a materialidade das coisas, na sua indecibilidade, contingência e complexidade.”
“theory of film, the redemption of physical reality”
Princeton, New Jersey: Princeton University Press,1997
Poderiamos colocar “Babel” lado a lado com a citação acima transcrita, e poderá parecer que tudo bate certo, desde a referência à montagem, a unica especificidade particular do cinema, desde a realidade, desde a referência aos restantes “média”, ao valor obtido através de uma série de observações, desde a possibilidade do imprevisível, até que chocamos na complexidade, a qualidade do que é complexo.
Mas o que é “complexo” afinal?
Utilizado como adjectivo será o “que abrange ou encerra muitos elementos ou partes”, utilizado como substântivo poderá ser “circunstâncias ou actos que têm entre si qualquer ligação ou relação” e utilizado segundo a psicanálise será segundo Freud “o conjunto de representações de forte carga emotiva que se encontram reprimidas no inconsciente do indivíduo e que influenciam a sua vida afectiva”. Tudo parece bater realmente certo com “Babel”, mas também bate certo com “The New World” de Terence Mallick, mas uma ou outra diferença.
Inarritu explora uma narrativa universal, Marrocos, Estados Unidos, México, Japão, na sua actualidade, os dramas de comunicação ou a ausencia dela, os conceito e os preconceitos. E serão os preconceitos, conceito formado antecipadamente que determinam a complexidade de Babel. A complexidade de Babel limita-se ao conceito premeditado, a uma observação superficial e algo simplista de várias pessoas de várias cultura.
O que há de diferente entre mim e o resto do mundo? Tudo, não só a moda, nem a religião nem a língua, mas também a maneira de pensar, de sentir, de sofrer ou de amar. Logo o meu “poder” de observação de “Babel” e do mundo ainda mais, limitado, assim como será o de Inarritu, diremos que será sempre subjectivo assim como será a “complexidade” e a “humanidade” no/do cinema.
A complexidade narrativa de Inarritu, nasce e muito bem na montagem, mas morre na narrativa. Narrativa não enquanto argumento, mas construção apartir de imagem e sons.
De “Babel” guardo algumas interessantes reflexões sobre a comunicação global, não tanto como língua, mas como ciência e tecnologia, num momento em que duas personagens mudas comunicam por um telemóvel por vídeo-chamada. E é a ciência e não a “humanidade” que tem de ser posta em causa, é a o constante declínio do que é a religião, à completa destruição de ideias e conceitos próprios e é a ciência que cria uma completa abstração fria e negra do Homem com o Mundo. Falta a ciência, não como ausencia física de medicamentos ou presença de qualquer tipo de droga, falta um sem numero de questóes e dificuldades de comunicação, falta um sem número de realidade, um sem número de relações da realidade e da abstracção.
Mas é certo que a espaços Inarritu foge do sensassionalismo do preconceito (nada de negativo e muito subjectivo) e em que o principal surge, a relação pai-filho, ou a incomunicabilidade de duas gerações, aqui não está em causa a língua ou as crenças, mas muita ciência escondida.
Para finalizar, e voltando ao “complexo”, a construção da montagem que é complexa como adjectivo e nunca na filmografia de Inarritu talvez fosse tão bem empregue, mas enquanto realização e acto de “pôr-em-cena” o complexo de Inarritu é em grande parte exibicionista e o show-off visual e sonoro, transformam a possivel fascinante viagem è “Torre de Babel” num ciclo de repetições anacrónicas.
“Babel” será em suma, um grupo diferenciado de personagens perdidos num mundo desfragmentado, pela visão de um homem. Mas será tudo assim? Ou há ainda espaço para a reflexão? Eu acredito que existe muito para reflectir, eticamente, tecnicamente e filosoficamente.
Mas por tanto de se falar de incomunicabilidade, não será também estimulante ver o dilema da comunicação em "The New World" de Terrence Mallick? A palavra do lado dos Ingleses e a emoção e ralação com a natureza por partes dos colonos... e não será aqui o grande confronto entre ciência e Homem?
Assim é. Brad Pitt muda radicalmente de visual, para participar no novo projecto de David Fincher, "The Curious Case of Benjamin Button", que se encontra em rodagem. Há que lembrar que Fincher tem para estrear "Zodiac", mas só la para 2007.
Agora para quem deseja ver Brad Pitt carequinha... AQUI
Assustadas/os??? Não é que os efeitos visuais escondem cada coisa.
“Um Ano Mais Longo” de Marco Martins
Cine - Estúdio BVA - 01 – 02 – 03 Dezembro 2006
AROUCAFILMFESTIVAL
4º FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA DE AROUCA
A 4ª edição do aroucafilmfestival – Festival Internacional Cinema de Arouca, realiza-se, no Cine - Estúdio dos Bombeiros Voluntários de Arouca, nos dias 01, 02 e 03 Dezembro de 2006. O júri de selecção do evento seleccionou 36 extraordinárias obras cinematográficas nacionais e internacionais. A atribuição dos prémios será da responsabilidade de um júri composto por sete mestres.
Sexta-feira, 01
ABERTURA 21h30
PEREGRINAÇÃO – Jaime Ribeiro – 25m
AROUCA PORTO: O FILME – João Rita - 18m
Convívio com realizadores, júris e convidados + porto de honra
Sábado, 02
Visita Turística Guiada por Arouca 14h30
COMPETIÇÃO I 21h30
A FLOR DA TELA – Cinema de Poesia – BRASIL – 7m
CAMBIO – Vanderley Timóteo – BRASIL – 4m
ESTADOS DA MATÉRIA – Susana Nobre – PORTUGAL – 14m
Ph 25 A – Ricardo Freitas – Portugal – 2m
VAMOS CANTAR – Carlos Cruz e Vítor Lopes – PORTUGAL – 2m
HISTÓRIAS A PASSO DE CÁGADO – Artur Correia – 2m
THE PLAY – Cinema de Poesia – BRASIL – 3m
WOLF – Juraj Kubinec – ESLOVÁQUIA – 4m
DEU NO JORNAL – Yanko Del Pino - BRASIL – 3m
PARA CHEGAR ATÉ Á LUA – Split Filmes – BRASIL – 10m
DESISTE – Hernâni D. Maria e Pedro Luz – PORTUGAL – 5.24´´m
Intervalo
AS FEBRAS DE JESUS – Pedro Manuel Dias – PORTUGAL – 13m
Á MÃO ARMADA – Vanderley Timóteo –BRASIL – 6m
LE BVISER - O BEIJO – Stefan Le Lay – FRANÇA – 5m
DETAIL – Ana Maria Carneiro – PORTUGAL – 2m
EN EL HOYO – NO BURACO – David Martin de Los Ssntos – ESPANHA – 24m
O CARRO – Cinema de Poesia – BRASIL – 2.31´´m
BOKOVKA – SIDEWAY – Tomas Janco – ESLOVAQUIA – 28m
SEREI O TEU ESPELHO – Pedro Rocha Nogueira – PORTUGAL – 13m
Domingo, 03
COMPETIÇÃO II 14h00
LUGAR COMUM – Verónica da Costa – PORTUGAL – 10m AS FADAS DAS GALINHAS – João Rei Lima – PORTUGAL – 2m
JE SUIS JEAN COCTEAU – Cinema de Poesia – BRASIL – 10m
MAIS UM ENCONTRO DE FAMÍLIA – Filipe Peres Calheiro – BRASIL – 15m
QUERO QUE VOLTS (ANIMADO) – João Rei Lima – PORTUGAL – 3m
BÉBÉ CHORÃO – Carla Santos – PORTUGAL – 3.30´´m
HISTÓRIA DA BORRACHA – Éric Blésin – BÉLGICA – 15m
O MAGO – Cinema de Poesia – BRASIL – 3m
A RELIGIOSA 2 – Clídio Nóbio – PORTUGAL – 2m
MAU DIA - Sanguenail – PORTUGAL – 19m
MACACOS ME MORDAM – Lumiô Filmes – BRASIL – 19m
Intervalo
PRÍSERA – MONSTRO – Michaela Ostadalova – ESLOVAQUIA – 5m
O SEGREDO – Luís António Pereira – BRASIL – 18m
CAIXA POSTAL – Vanderley Timóteo – BRASIL – 9m
ALMAS CONGELADAS – Joana Macias – ESPANHA – 14m
BERÇO DE PEDRA – Nuno Rocha – PORTUGAL – 28m
AMÉLIO O HOMEM DE VERDADE –Luís António Pereira – BRASIL – 14m
37 C – Tamara Sulamanidze - GEORGIA
PROJECÇÂO CINEMA Super 8mm 18h15
EXIBIÇÃO DA CURTA METRAGEM REALIZADA PELOS ALUNOS da Escola Secundária de Arouca 18h30
ENCERRAMENTO ENTREGA DE PRÉMIOS 18h40
Chamo a especial atenção para o Filme "DETAIL" de Ana Maria Carneiro, filme ligeiro, entre a narrativa ficcional e a materialização experimental de atenção especial ao pormenor e ao ritmo de montagem. Curto, breve, mas com uma ponta de perversidade e muito estilo.
Ficam algumas imagens que a realizadora não se deve importar.
E o termo "maverick" ficava-lhe tão bem.
Aos 81 anos, perdeu-se o grande realizador "clássico-moderno", Robert Altman um dos mais influentes realizador para o cinema "moderno" americano.
Perde-se o naturalismo e o ritmo dos planos intermináveis, perde-se o torbilhão psicológico do diálogo, perde-se a improvisação (naturalismo?) e perde-se um realizador que facilmente reunia um elenco de luxo sem grande esforço e perde-se um olhar carregado de sarcasmo e coragem como poucos teem.
Anti-Académico? Porque não.
Um grande realizador e um grande Homem? De Certeza.
Por muitos esquecido, por muitos mais ignorado (Falo da Academia), fica aqui o ADEUS sincero e que as marcas do seu cinema tão cedo não desaparecerão dos nosso ecrans.
Este é o Adeus do MAVERICK e assim deve ser lembrado.
A Praire Home Companion
Gosford Park
Kansas City
Prêt-à-Porter
Short Cuts
The Player
Popeye
Nashville
MASH
«TERRÍVEL PALAVRA É UM NON...» Padre António Vieria
Ilusões, Aparências e Mistério.
Gelo, Fogo e Fumo??? Poderiamos caminhar por aqui até encontrar o tortuoso caminho que é falar de "A Dália Negra".