segunda-feira, março 20, 2006

"O Espelho Mágico" de Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira aos 96 anos de vida, respira cinema e vive cinema. Falar no “mestre” portuense e português do cinema é falar num longo percurso quer tecnico quer narrativo, baseado na experiência apenas devido à sua longa longevidade, e este não será o seu ultimo filme.

Se pensarmos no seu primeiro filme, “Douro, Faina fluvial” de 1931, facilmente nos apercebemos nas influencias exercidas pela escola russa de montagem assim como um pouco do cinema centro-europeu, onde a montagem exercia o verdadeiro caracter filmico do autor.
Mas o anos passaram e o cinema de Oliveira benbe influencias do cinema nordico, por isso falar em Dreyer e Oliveira na mesma poderá ser um lugar comum, mas não será motivo de negação.

O estilo de Manoel de Oliveira não será unico, mas há que reconhecer todo o mérito de Oliveira quer em Portugal (esquecendo para isso todas as questões institucionais), mas acima de tudo o papel de Oliveira no cinema Mundial, onde o reconhecimento é muito e não apenas pela idade, mas por tudo o que significa para o cinema, ou poderemos dizer, para “um cinema” anti-corrente.

Em “Espelho Mágico”, Manoel De Oliveira filma a obsessão religiosa (religião é constante na sua obra) banhado por um intenso lirismo e teatralidade, é claramente um filme de época com personagens modernas, onde a critica à aristocracia é mais que evidente nem que seja pela obsessão da rica Dona Alfreda (Leonor Silveira) em querer presenciar a anunciação de Nossa Senhora. Tal obsessão é o golpe perfeito para dois ex-presidiários interpretados por Ricardo Trêpa e Luis Miguel Cintra.

O elenco é extremamente competente, as presenças habituais de Trêpa, Cintra e Silveira, preenchem cada complexo e denso plano desta narrativa, repleta de introspecção filosófica sobre o tempo e de um peculiar humor que a espaços resulta na perfeição.

A cinematografia é algo que não se descuida num filme de Oliveira, em boa verdade será um dos aspectos mais importantes na sua obra actual, ou não seja cada um dos seus planos ter a necessidade de ser fortemente apelativo quer visual quer narrativamente, e para isso Manoel de Oliveira conta mais uma vez com o contributo de Renato Berta, que conta no seu historial com quase 100 filmes “fotografados” ao lado de nomes como Alain Resnais, Claude Chabrol e Jean Luc Godard.

Na verdade cada imagem de “Espelho Mágico” é um verdadeiro deleite, cada plano é o “espelho” do tempo, é a reflexão das personagens, do publico (?), ou será apenas o reflexo de um cinema que Oliveira respira e o publico rejeita apenas argumentado “é o mal do cinema português... a realização é muito parada”.

Não é o ultimo é apenas mais um, e venha “Belle Toujours” e seja feito o tributo a Luis Buñuel e Jean-Claude Carrière, e claro que seja mais um tributo a um cinema cada vez mais distante.

NeTo – 7/10




"O Espelho Mágico" de Manoel de Oliveira

por: Luís Carneiro




“[…] quem se encontrou na terra com algum espírito tem o dever de o usar e tanto melhor exercerá a sua missão quanto mais desinteressadamente o fizer; toda a grande obra supõe um sacrifício; e no próprio sacrifício se encontra a mais bela e a mais valiosa das recompensas” – Agostinho da Silva - Glossas [1945].


A evidência do tempo materializa a ineficácia do perfil autoral do Cineasta. Os condicionalismos espaço-temporais limitam a projecção fílmica de um determinado sujeito intelectual ou empírico num campo aberto à clarividência hipócrita embora a reprima no sentido da criação fictícia ou documental.

Manoel de Oliveira abstrai-se do tempo e do espaço e, como António Reis, multiplica as capacidades de recriação estrutural e de normalização cénica. Aqui o tempo do cineasta move o espectador para o seio do significado da obra, que participa de um acontecimento cine-teatral da colocação dos corpos, vozes e movimentações cinéticas. O espaço off da plateia que assiste torna-se então o espelho consciente das personagens. Esta ambiência catapulta o raciocínio, da tela para a multidão liliputiana dos vulgos receptores da significação imagética que desfila perante o seu olhar.

Oliveira realiza para o grande ecrã. Os seus filmes esmagam as ilusões de quem os experiencía. Os seus filmes vagueiam, hoje, involuntariamente, através do marasmo da vulgaridade mental das massas acometidas ao conforto da insistência em matérias já vezes sem conta referenciadas.
Em “O espelho mágico” a lucidez espiritual do patamar secular alcançado pelo realizador exacerba a argumentada contrafacção de imagens a ritmo de marcha. A maratona do sagrado à volta do mundo, tanto físico como abstracto, e a obsessão que daqui advém concentra as forças sob a esfera de um concentrado do quotidiano bonacheirão, mas perspicaz de uma classe mais baixa.

A insistência na busca do transcendente magnetiza o trabalho do autor, trilho latino de Dryer ou de Pasolini benevolente. O protagonista passeia-se no vértice do ser uno. Mas quem é então este personagem? Embora altivo, a música eleva-o e envolve-o como o vento ou um gesto no manto azul da Virgem.

Daqui o concretizar é trágico e fatal.

Luís Carneiro

sexta-feira, março 17, 2006

Sente-se hoje em dia uma necessidade crescente de se autovalorizar para não parecer mal. Porque acha-se que se sabe tudo quando na verdade não se sabe nada.
No cinema , o gosto é tão relativo como em qualquer coisa, sei disso tão claramente porque gosto de filmes que pessoas muito mais cultas cinematograficamente do que eu odeiam e odeio filmes que são unanimente adorados.

É como em tudo. No entanto, hoje em dia , cai-se no facilitismo de achar que por se ter visto meia duzia de filmes se pode falar de cinema como se soubessemos tudo sobre ele. É o problema da massificação, achar que Spielberg é o cinema americano, Luc Besson o francês , Manoel de Oliveira o português, porque não se conhece mais nada. Michael Bay é mau, é sim, mas o que ele faz nem sequer chega a cinema , cinema como 7 ª arte, e discutir com pessoas que o consideram como tal é o mal desta massificação.

Cada vez me sinto mais triste com pessoas que se sentem capazes de em 10 minutos resumir a história do cinema sem qualquer noção real do que ele é. Prepotentes, arrogantes , destroem mitos e genios que transformaram o cinema tão profundamente que sem eles, o cinema não seria a arte ( pouca na verdade) que se faz hoje.

Eu não discuto história do cinema, reconheço que sei muito pouco para ser capaz de disseca-la e analisa-la ( ao contrario de carniceiros, que barbaramente assassinam a verdade) . Na verdade, de todos os meus conhecimentos de cinefilos reconheço três a cinco que considero a opinião e sei que sabem. E curiosamente nenhum deles alguma vez falou arrogantemente sobre o que sabem. Fale-se de cinema, apoio isso sem sombra de dúvidas, agora por favor não se fale do que não se sabe.
Este é um desabafo, um grito de revolta perante a libertinagem que se vive .


a_Pupila

terça-feira, março 07, 2006

And the OSCAR goes to:







Melhor filme
Crash - no limite
O segredo de Brokeback Mountain
Capote
Munique
Boa noite, e boa sorte


Realização
Ang Lee - O segredo de Brokeback Mountain

George Clooney - Boa noite, e boa sorte
Paul Haggis - Crash
Bennett Miller - Capote
Steven Spielberg - Munique


Melhor actor
Philip Seymour Hoffman - Capote

Terence Howard - Hustle & Flow
Heath Ledger - O segredo de Brokeback Mountain
Joaquin Phoenix - Johnny e June
David Strathairn - Boa noite, e boa sorte


Melhor actriz
Reese Witherspoon - Walk The Line
Judi Dench - Sra. Henderson Apresenta
Felicity Huffman - Transamerica
Keira Knightley - Orgulho e Preconceito
Charlize Theron - Terra Fria


Melhor actor secundário
George Clooney - Syriana
Matt Dillon - Crash
Paul Giamatti - Cinderella Man
Jake Gyllenhaal - O segredo de Brokeback Mountain
William Hurt - History of Violence


Melhor actriz secundária
Rachel Weisz - O fiel jardineiro
Amy Adams - Junebug
Catherine Keener - Capote
Frances McDormand - Terra fria
Michelle Williams - O segredo de Brokeback Mountain


Argumento original
Crash
Boa noite, e boa sorte
Match point
The Squid and the Whale
Syriana


Argumento adaptado
O segredo de Brokeback Mountain

History of Violence
O fiel jardineiro
Capote
Munique


Melhor Animação
Wallace & Gromit
A noiva cadáver
O castelo andante


Filme estrangeiro
Tsotsi (África do Sul)
Paradise Now (Palestina)
Don't Tell (Itália)
Feliz Natal (França)
Uma mulher contra Hitler (Alemanha)


Direção artística
Memórias de uma gueixa
Boa noite, e boa sorte
King Kong
Harry Potter e o cálice de fogo
Orgulho e Preconceito


Fotografia
Memórias de uma gueixa
Batman begins
Boa noite, e boa sorte
O segredo de Brokeback Mountain
O novo mundo


Guarda Roupa
Memórias de uma gueixa
A fantástica fábrica de Chocolate
Sra. Henderson Apresenta
Orgulho e Preconceito
Walk the Line


Melhor Documentário
A marcha dos Pingüins
Darwin´s Nightmare
Enron: The smartest guys in the Room
Murderball
Street Fight


Melhor documentário curta-metragem
A note of triumph: The golden age of Norman Corwin
The death of Kevin Carter: Casualty of th Bang Bang Club
God sleeps in Rwanda
The Mushroom Club


Montagem
Crash
Walk the Line
Munique
Cinderella Man
O Fiel Jardineiro


Maquiagem
As crônicas de Nárnia

Star Wars: Episódio III
A luta pela esperança


Banda sonora
O segredo de Brokeback Mountain

O Fiel Jardineiro
Memórias de uma gueixa
Munique
Orgulho e Preconceito


Canção
"It's Hard Out Here for a Pimp" - Hustle & Flow
"In the Deep" - Crash
"Travelin' Thru" - Transamerica


Edição de som
King Kong
Memórias de uma gueixa
Guerra dos mundos


Mistura de som
King Kong
Memórias de uma gueixa
Guerra dos mundos
Walk the Line
As crônicas de Nárnia


Efeitos visuais
King Kong
Guerra dos mundos
As crônicas de Nárnia


Curta de animação
The moon and the son: an imagined conversation
Badgered
The mysterious geographic explorations of Jasper Morello
9
One man band


Curta-metragem
Six Shooter
Ausrersser (The Runaway)
Cashback
The last farm
Our time is up


________________________
__________________________
___________________________



E chega ao fim a 78ª Cerimónia da entrega dos Oscars da Academia Americana de Cinema e as surpresas não são muitas, não há verdadeiros derrotados e não existem verdadeiros vencedores.
Jon Stewart foi um anfitrião de qualidade, polémico e caustico, mas com todas as suas deixas e gags a funcionarem na perfeição, desde a que envolve Dick Chenney e o possivel disparo sobre Bjork enquanto esta se vestia para a Gala, até ao facto da fantástica e pertinente associação entre Martin Scorsese e os seus zero oscars, e a o grupo rap, Three 6 Mafia (Hustle & Flow) ter ontem conquistado um oscar.

E terá sido essa a real surpresa da noite, ninguém estaria à espera que a música “It´s Hard Out There for A Pimp” fosse o vencedor da noite, num grupo de temas bem fraco, onde apenas “In The Deep” do filme «Crash» se poderia considerar digna de ali se encontrar.

De resto o que já era de prever mas que muitos não queria ou fingiam não acreditar, ou seja, o conservadorismo da academia e de toda a cultura americana acabou por conquistar.

Vejamos o seguinte ponto, não será de todo errado dizer que toda a cerimónia ficou decidida logo na entrega da primeira estatueta, ao melhor actor secundário, em que George Cloney subiu ao palco afirmando que já não ganharia melhor realizador. E é verdade que apartir deste momento tudo apontava que “Good Night and Good Luck” iria sair de mãos vazias, ou apenas com Melhor Fotografia, mas nem isso.
Apartir daqui foi esperar pelo que já era previsto, tanto “Crash” como “Brockeback Mountain”, dominaram as categorias de argumento, e “Crash” venceu o importante prémio de melhor Montagem, enquanto que “Brokeback Mountain” se contentava apenas com Melhor Banda Sonora, e eis que chegavam as duas Estatuetas finais, melhor realizador e melhor filme. Estando George Clonney afastado, Ang Lee era o vencedor como realizador do ano, merecido tenho que acrescentar, e começava a ser mais que visível que melhor realizador não era sinónimo de melhor filme, pois Melhor Argumento Original e Melhor Montagem eram duas estatuetas muito fortes e que levavam “Crash” um pouco acima, e eis que Jack Nicholson chega com um sorriso de quem já previa a surpresa e “Crash” era consagrado como filme do ano.


Em relação as categorias de interpretação não há nada a dizer, era mais que previsível, também não é o meu género apontar derrotados, George Clooney é um vencedor por todas as razões, e Steven Spielberg com toda a sua carreira pode sair de cabeça erguida em qualquer situação e ninguém poderá afirmar que ele é o derrotado.

Mas o mais interessante desta cerimónia acaba por ser, mais que os prémios, toda a cnjuntura que envolveu as nomeações. Qualquer dos filmes nomeados, tal como realizadores e argumentos, eram filmes “anti-hollywood”, isto porque eram filmes de baixo orçamento tendo em quanta as fortunas gastas na produção em Hollywood, ou até o que ganham alguns actores por filme refira-se.
Assim este poderá ser um ano de reflecção, afinal há publico para todo o tipo de cinema, e fazendo mais barato a hipótese de lucro aumentará, veja-se pra isso também o caso da Melhor Animação, os três nomeados eram animação “tradicional”, desenho e stop motion, nenhum dos grandes estudios americanos conseguiu introduzir nenhum das suas “mega produções” digitais. Fica então o espaço de reflecção sobre que caminhos o cinema pode percorrer e que afinal ninguém sabe o que o público quer, nem o que o cinema realmente será amanha.

Outra marca desta Cerimónia, foi a previsível vitória do conservadorismo inerente à Academia e a toda a cultura americana, «Crash» é um grande filme, uma obra exemplar, mas dos nomeados seria o mais conservador, e até porque tudo vinha apontando “Brokeback Mountain” como vencedor e o filme de Ang Lee é superior a “Crash”, pelo facto de remar contra uma cultura e tentar modificá-la de forma sensível e poética, o que torna “Brokeback Mountain” numa obra prima absoluta. Mas Ang Lee abordou o amor com o ponto de vista não unicamente da heterossexualidade, mas também da homosexualidade, e isso os tradicionalistas não perdoaram, pois seria impensável premiar um filme em que o durões cowboys eram sensíveis e movidos por um amor “proibido” (pelo menos para os menbros da academia e muitas outras pessoas).

Conservadorismo pelo facto de também não deixarem os filmes de baixo orçamento dominarem a cerimónia, tanto “Crash” como “Brokeback Mountain” poderiam e deveriam sair da Cerimónia, com mais uma estatueta cada um, “Crash” por melhor música e “Brokeback Mountain” por melhor fotografia, mas a academia preferiu manter a igualdade pelos seus “blockbusters” mais ou menos falhados “Memórias de uma Gueixa” e “King Kong” (também podemos ver como mero golpe publicitário e de relançamento para novos lucros) com os filmes de Paul Haggis e Ang Lee, não deixando assim marcar uma distanciação entre os filmes independentes e os filmes de produção de grandes estúdios.

Sem me querer alongar demais, fica apenas a referencia que inguém foi um claro vencedor ou claro vencido, Ang Lee e Haggis são vencedores pelo trabalho desenvolvido com visões distintas do mundo, assim como e de forma igual Cloney e Spielberg são vencedores.
Mas quem acaba por sair levemente prejudicado é o cinema independente e a Academia Americana no seu interior deve largar largos e negreo sorrisos de vitória, por silenciosamente ter calado e acalmado todo o cinema “maverick” deste ano em deterimento da afirmação cada vez mais comercial do cinema.

Os Oscars são uma grande festa para quem lá está, uns optimos prémios para alguns, mas para quem assiste é apenas um belo exercício mental de descoberta das mentalidades de parte da cultura americana em que George Bush impera em silêncio.

Uma ultima palavra para o Oscar honorário a um maverick do cinema que já deveria ter vencido, mas que por muitas razões acabou enterrado e abafado por uma industria parcial, que só agora quando Robert Altman já está num estado de saude debil é que se lembram dos grandes feitos deste grande realizador.

sexta-feira, março 03, 2006

26º Fantasporto

“Coisa Ruim” de Tiago Guedes e Frederico Serra

Filme de Abertura da Secção Oficial do Fantasporto, “Coisa Ruim” conta com uma forte e interessante campanha de publicidade, para além do argumento escrito por um jornalista conhecido um pouco por todos, Rodrigo Guedes de Carvalho.

Mas apesar do nome e da figura por detrás do argumento, a verdade é que será o problema maior, é verdade que estamos perante uma obra nada típica no cinema português, não será todos os dias que temos perante nós uma argumento que explore o mundo sobrenatural com pequenos toques de terror junto com drama familiar e uma clara avaliação e diferenciação de valores sociais, mas as personagens e o excessivo recurso a falsas pistas acabam por tornar “Coisa Ruim” uma obra desiquilibrada.

Ao olhar para cada uma das personagens temos a leve sensação que não passam de corpos falantes, personagens que apenas existem da boca para fora, só corpo e pouco espírito e sendo este um filme em que o sobrenatural em que os medos e os confrontos deveriam ter maior preponderância, por momentos os excessivos detalhes falados para além de quebrar o ritmo sinistro, tornam acções em algo inverossímil. Se é verdade que o filme vive do ritmo e do suspense, claramente existia a necessidade de levar o público a acreditar em algo que não seria verdade, mas tais pistas não podem ser deixadas ao acaso e acabarem perdidas no passado e muito fica a pairar durante toda a narrativa.

O grande mérito irá na exploração do ritmo, não será um filme de montagem vertiginosa e por ventura existiram muitas vozes que dirão algo que me irrita profundamente, “a realização é o normal do cinema português... muito parada”, mas a verdade é que o ritmo existe e a espaços é explorado de forma sublime com recurso a imagen de forte impacto, típicas de quem domina a linguagem e imagem publicitária. Embora com todos os meios que tinham à disposição muito melhor seria possível alcançar.

O mais interessante será mesmo o confronto entre a ciência e o “metafísico”, ou seja o confronto entre cidade e mundo rural. Não será de todo estranho afirmar que a chegada de alguém que viva numa cidade a uma pequena aldeia seja vista de forma ameaçadora da vida pacata e tranquila, por quem habita a aldeia, e assim começa “Coisa Ruim”, uma família da cidade “invade” a calma vida de uma aldeia do interior provocando uma série de acontecimentos estranhos que terá como origem a casa que habitam, apartir daqui é a descoberta dos segredos e claro o florescer dos medos.

“Coisa Ruim” não é uma obra imaculada, mas é sem qualquer tipo de dúvida uma abordagem interessante, a espaços competente de um género nada habitual no panorama do cinema português, assim e sem grandes euforias poderemos dizer que o cinema português já passou momentos bem piores, embora muita coisa ainda esteja por fazer por exemplo a nível da escrita e da interpretação, e “coisa Ruim” sofre desse problema e tal como o a narrativa vive do confronto e desiquilíbrio de duas partes distintas, a escrita e as personagens (muito ligadas entre elas) e do outro lado as questões técnicas.

5/10